“Eu não colaborarei em nada para criar ruído. Houve um roubo de armas. É grave, deve ser investigado. Devemos saber tudo o que aconteceu e não esquecer o que aconteceu no meio de um nevoeiro de coisas que serão mais graves e outras que serão simplesmente disparatadas”, sustentou Catarina Martins quando questionada pelos jornalistas sobre se partilha da opinião do primeiro-ministro sobre a “ansiedade” do Presidente da República.
A líder do BE defendeu, contudo, que são precisos esclarecimentos o mais depressa possível em toda a investigação do caso de Tancos, insistindo que “tem existido ruído a mais e explicações a menos”, mas sem especificar.
“Tenho visto na comunicação social dizer várias coisas sobre esta matéria e parece que nos esquecemos que existiu um roubo de armas às nossas Forças Armadas. E esse é o primeiro problema que nós temos, os outros também mas, seguramente, ruído a mais com questões laterais, às vezes impedem-nos de resolver o problema que temos: como é que foi possível acontecer este roubo em Portugal? Quem são os responsáveis? O que é que aconteceu às armas?”, questionou a coordenadora do BE.
Catarina Martins apelou depois às Forças Armadas para colaborarem com a investigação em benefício da sua “própria legitimidade democrática”.
“O apelo que eu faço é que a investigação aconteça, que decorra da melhor forma e que as próprias Forças Armadas colaborem nesta investigação para se chegarem a conclusões porque até a sua própria legitimidade democrática, a forma como o país olha para as Forças Armadas, precisa de esclarecimentos completos, o mais depressa possível e sem ruído”, sublinhou.
Na Assembleia da República, foi hoje anunciado que a comissão parlamentar de inquérito ao furto de armas em Tancos vai tomar posse no próximo dia 14.
Os partidos têm de indicar até às 18:00 de sexta-feira, dia 09 de novembro, os deputados que integrarão esta comissão, uma iniciativa do CDS-PP, aprovada com votos favoráveis dos proponentes, do PSD, do PS, do BE e do PAN e que teve a abstenção do PCP e do PEV.
Catarina Martins adiantou que o BE admite questionar o primeiro-ministro sobre o assunto, caso seja necessário.
“Havendo perguntas a fazer, elas devem ser feitas. O BE viu sempre com naturalidade a participação de primeiros-ministros em comissões de inquérito. Não será a primeira vez, não será a última. Os primeiros-ministros podem responder por escrito, é uma prerrogativa que lhes assiste e nós achamos natural que assim seja. Não há nenhum limite”, disse ainda Catarina Martins.
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