No final de encontros com sindicatos, Carlos Moedas destacou que disse às estruturas o que estava a fazer para resolver a falta de higiene urbana em Lisboa, um problema que já vem de trás e que precisa “do empenhamento de todos”: dos sindicatos, dos trabalhadores, das pessoas em geral, da Câmara Municipal e também das Juntas de Freguesia.
De acordo com Moedas, este executivo identificou um problema de falta de funcionários e por isso a autarquia está a contratar um total de 190 pessoas, dos quais 160 novos cantoneiros e outros 30 motoristas de veículos, num processo que deverá estar concluído em setembro.
“Aquilo que o presidente da Câmara tem estado a fazer é resolver a situação. Mas eu, sozinho, não consigo resolver. Portanto, preciso do empenhamento de todos das freguesias, que são importantíssimas, porque as pessoas muitas vezes não têm noção, mas as freguesias são aquelas que limpam no fundo as ruas, que lavam as ruas e que limpam à volta dos ecopontos e das eco-ilhas”, disse.
Nesse sentido, Carlos Moedas destacou ainda que foram pagos 18 milhões de euros às juntas de freguesia, a quem cabe a limpeza das ruas e ao redor de eco-ilhas, dos quais oito milhões que estavam em dívida.
O autarca afirmou que este problema de higiene urbana “vem de muito trás, não é um problema que esteja a ser criado hoje” ou que é deste presidente da Câmara.
“A Câmara Municipal devia dinheiro às freguesias. A CML devia oito milhões de euros desde o ano passado. Pagámos esses oito milhões de euros e pagámos ainda mais 10 milhões de euros às freguesias para 2022, quando que o papel das freguesias é essencial”, disse.
Moedas destacou que das primeiras coisas que fez foi atribuir um milhão de euros para o subsídio de insalubridade aos trabalhadores da higiene urbana, “que eles merecem” e “que tinham estado a negociar há muito tempo”.
Carlos Moedas falou aos jornalistas após encontros com sindicatos, nomeadamente o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP).
Vítor Reis, do STML, destacou que os problemas da higiene urbana em Lisboa não são de hoje e pioraram com a passagem de competências da câmara para as juntas de freguesia, em 2014. Agora, com o fim da pandemia e o regresso do turismo, o problema agudizou-se.
O sindicalista salientou que o STML está disponível para debater os problemas da higiene urbana e lembrou que ainda no mês passado entregou um caderno reivindicativo ao município, no qual identificou problemas como a falta de funcionários, nomeadamente cantoneiros, a exigência de que esta profissão seja considerada de desgaste rápido e a atualização do suplemento de penosidade e risco.
Pedro Salvado, do Sintap, salientou que também este sindicato está “sempre disponível para colaborar” na valorização dos trabalhadores, “naquilo que seja ajudar os trabalhadores e, consequentemente, ajudar o município” na questão da limpeza urbana.
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