A baixa à comissão foi acordada entre os partidos com propostas e justificada, em plenário, pela deputada bloquista Mariana Mortágua como uma tentativa de se tentar "uma solução de compromisso" para se conseguir a "melhor lei possível" no parlamento.
Mariana Mortágua admitiu que os dois projetos poderiam chumbar, depois de o PCP ter anunciado o voto contra, que se juntaria aos votos do PSD e do CDS. Os votos do BE, PAN e PS, que tem liberdade de voto, seriam insuficientes.
"Com expectativa e sentido de compromisso", o BE espera que seja possível conseguir uma lei que dê resposta aos problemas dos doentes, afirmou a deputada do BE.
Durante a tarde, e após o debate em que ficou claro que dificilmente os projetos seriam aprovados, houve contactos em os vários partidos.
Como o PSD também anunciou um projeto de lei, que não deverá prever o autocultivo da planta, como os diplomas do BE e PAN, houve acordo para que a discussão continue na especialidade, na comissão parlamentar.
A solução, subscrita pelo BE e PAN, acabou por ser um requerimento para que os projetos não fossem votados e baixassem à comissão parlamentar de saúde, por 60 dias.
Aí, na especialidade, as bancadas podem negociar um texto de consenso que depois é votado no plenário da Assembleia da República, juntando as três votações: generalidade, especialidade e final global.
Os diplomas do Bloco de Esquerda e do PAN preveem que a prescrição da canábis seja feita através de receita médica, identificando-se o médico e o doente, e que seja fornecida numa farmácia.
Os dois projetos admitem, igualmente, o auto cultivo da planta, em quantidade limitada e pelo paciente, mediante autorização das entidades oficiais, opção contestada pelo PSD, CDS e PCP.
[Notícia atualizada às 17h59]
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