“Todos cumpriram com as formalidades e nenhum camião foi impedido devido a erros de documentação”, frisou hoje o porta-voz da empresa.
Além disso, o primeiro comboio de passageiros proveniente de Londres saiu do túnel às 10:05 locais (09:05 em Lisboa), sem complicações, acrescentou a fonte.
O controlo da documentação decorre no posto onde antes era feita a verificação de segurança. Nesse local, estão os agora denominados agentes ‘Brexit’, cuja única tarefa é verificar os dados cadastrais e as datas dos documentos que serão transmitidos digitalmente aos serviços aduaneiros.
Outros clientes optaram por subscrever um serviço virtual, preenchendo os dados antes de iniciar a viagem, bastando apenas que as câmaras detetem a matrícula do veículo para que a informação seja transmitida automaticamente à alfândega.
No tráfego dos camiões de transporte também não há registo de incidentes.
Durante a tarde de hoje, o secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Clement Beaune, e o ministro delegado das Contas Públicas, Olivier Dussopt, visitarão as cidades de Boulogne-sur-Mer e Calais, para se deslocarem aos portos das duas cidades e ao Eurotúnel no primeiro dia após a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
No seu discurso de passagem de ano, o Presidente francês Emmanuel Macron destacou na quinta-feira que por detrás da saída do Brexit houve “muitas mentiras”, e defendeu que “o Reino Unido continua a ser um vizinho, mas também amigo e aliado”.
O ‘Brexit’ tornou-se uma realidade às 23:00 de quinta-feira, quase um ano depois de o Reino Unido ter oficialmente deixado a União Europeia (UE), em 31 de janeiro de 2020, na sequência de um referendo popular em 2016.
Um novo Acordo de Comércio e Cooperação, concluído em 24 de dezembro, entrou em vigor às 23:00 (a mesma hora em Londres e meia-noite em Bruxelas), para suceder ao período de transição pós-Brexit, durante o qual o Reino Unido manteve acesso ao mercado único e o respeito pelas regras europeias.
Rompidos os últimos laços de uma relação de quase 50 anos, o acordo garante o acesso mútuo dos produtos aos dois mercados sem quotas nem taxas aduaneiras, mas passam a existir uma série de barreiras comerciais, como mais controlos aduaneiros e burocracia nas transações económicas.
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