“O processo eleitoral tem estado a correr bem”, acrescentou à Lusa, esta tarde, fonte da CNE, embora admitindo atrasos pontuais na abertura de algumas mesas de voto e a observação de “pouca adesão” dos eleitores.
A abertura oficial das assembleias de voto instaladas no arquipélago aconteceu às 07:00 (09:00 em Lisboa), uma hora antes do horário habitual de eleições anteriores ao período de pandemia, conforme medidas de prevenção definidas pela CNE, para garantir o cumprimento das normas sanitárias e evitar aglomerações.
Numa ronda feita pela manhã pela Lusa por assembleias de voto da capital cabo-verdiana foi possível verificar alguns atrasos na abertura, sobretudo por questões logísticas, como limpeza e higienização dos locais de votação e a preparação dos elementos das mesas de voto, obrigados a usar equipamentos de proteção individual, nomeadamente máscaras e viseiras, devido à pandemia de covid-19.
Estava previsto para hoje o funcionamento de 1.053 mesas de voto distribuídas pelo arquipélago e 243 na diáspora.
Estas eleições encerram o ciclo eleitoral iniciado em 25 de outubro de 2020, com as autárquicas, que prosseguiu em 18 abril passado, com as legislativas, sempre com a aplicação de medidas de proteção sanitária, como a utilização de máscara e desinfeção obrigatória à entrada das assembleias de voto, devido à pandemia de covid-19.
Caso nenhum dos sete candidatos que se apresentaram hoje a sufrágio obtenha a maioria absoluta, os dois mais votados disputam uma segunda volta, já agendada para 31 de outubro.
Segundo o caderno eleitoral publicado pela Direção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE) em 23 de setembro, estavam inscritos para votar nos 22 círculos eleitorais do país 342.777 eleitores, enquanto os 16 círculos/países no estrangeiro contavam 56.087 eleitores recenseados, totalizando assim 398.864 cabo-verdianos em condição de votar.
O Tribunal Constitucional admitiu as candidaturas a estas eleições de José Maria Pereira Neves, Carlos Veiga, Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, Hélio Sanches, Joaquim Jaime Monteiro e Casimiro de Pina.
Esta foi a primeira vez que Cabo Verde registou sete candidatos oficiais a Presidente da República em eleições diretas, depois de até agora o máximo ter sido quatro, em 2001 e 2011.
A estas eleições já não concorreu Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República.
As eleições presidenciais de Cabo Verde foram acompanhadas em todo o país por 104 observadores internacionais, sendo 30 da União Africana, numa missão liderada pelo diplomata e antigo ministro angolano Ismael Gaspar Martins, 71 da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e três da embaixada dos Estados Unidos da América na Praia.
Cabo Verde já teve quatro Presidentes da República desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975 – 1991) por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991 — 2001), o primeiro por eleição direta, em 2001 foi eleito Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.
As anteriores presidenciais em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em 02 de outubro de 2016 (eleição à primeira volta, com 74% dos votos).
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