Com o lema “A defender a democracia”, os manifestantes marcharam nas ruas da capital da Bulgária, depois de saírem das imediações da sede do Governo, local onde regressaram para terminar o protesto.
Segundo noticia a agência Efe, os manifestantes asseguraram nos últimos dias que apenas irão terminar o protesto quando forem convocadas eleições.
Hoje, alertaram que caso o Governo não se demita, o próximo passo nos protestos será o corte de estradas e vias ferroviárias.
O primeiro-ministro búlgaro tem recusado até agora ceder à pressão dos manifestantes, bem como da oposição e do Presidente do país, Rumen Radev, que também exige que o executivo cesse funções.
Boiko Borisov não descarta, contudo, pelo menos promover mudanças importantes no seu executivo.
Na quarta-feira, o governante exigiu a renúncia dos ministros das Finanças, do Interior e da Economia, que foi hoje anunciada.
Mas a coligação entre conservadores e ultranacionalistas, que governa a Bulgária desde 2017, decidiu esta tarde “congelar” essas renúncias, segundo adiantaram fontes do executivo à agência Efe.
A equipa do Governo irá manter-se inalterada até à votação, na terça-feira, de uma moção de censura contra o Governo, por corrupção, apresentada na quarta-feira pelo Partido Social Democrata, acrescentaram as mesmas fontes.
Esta moção de censura não deverá ser aprovada, visto que a maioria no Parlamento pertence à coligação que governa a Bulgária, formada pelo GERB, de Borisov, e pela aliança de partidos ultranacionalistas do Patriotic United.
“Mudanças no Governo são esperadas após a moção de censura. Será uma grande reforma. Os colegas (do United Patriots) convenceram-me a não fazer mudanças agora”, disse o primeiro-ministro à rádio bTV.
Hoje de manhã, a coligação garantiu que não deixará o poder e que não haverá eleições antes do momento previsto, na primavera de 2021.
A tensão política na Bulgária prolonga-se no tempo, devido ao conflito entre o primeiro-ministro e o chefe de Estado.
Boiko Borisov acusou hoje novamente o Presidente do país, próximo dos socialistas, de incitar aos protestos e de pôr em risco a estabilidade do Estado.
Durante a tarde de quarta-feira, vários meios de comunicação locais receberam por correio eletrónico um vídeo, aparentemente gravado através de um telemóvel, onde é possível ver grandes quantidades de notas, barras de ouro e uma arma em quartos da casa do primeiro-ministro.
Boiko Borisov acusou Rumen Radev de estar por detrás da divulgação daquelas imagens, assegurando que estas são falsas e manipuladas.
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