“Não podemos deixar de lamentar o facto de, no espaço de 24 horas, termos tido três tiroteios, um em Saint-Josse e dois em Clémenceau, o que é totalmente inaceitável”, afirmou o procurador Julien Moinil numa estação de rádio pública em língua francesa.

Uma pessoa ficou ferida numa perna durante uma das trocas de tiros por volta das 03h30 locais (02h30 em Lisboa) nas imediações da estação de metro de Clémenceau, na comuna de Anderlecht, de acordo com vários órgãos de comunicação social locais.

Foram disparados tiros com uma espingarda de assalto por volta das 06h00 locais de quarta-feira (07h00 em Lisboa) — um evento captado por uma câmara CCTV -, incidente que deu origem a uma operação policial em busca de, pelo menos, dois suspeitos, cada um armado com uma metralhadora do tipo Kalashnikov. Os dois homens continuam a monte.

Hoje de manhã, o Ministério Público belga confirmou a ocorrência de um outro tiroteio no mesmo local durante a noite, sem mencionar a eventual existência de vítimas.

“Está a decorrer uma operação policial, mas não vou fazer muitos comentários para proteger a investigação”, declarou o magistrado.

Julien Moinil sublinhou que os três tiroteios ocorridos desde terça-feira à noite – o de Saint-Josse deixou duas pessoas feridas, segundo meios de comunicação social – aconteceram em zonas de tráfico de droga.

Estas trocas de tiros podem estar ligadas a rivalidades territoriais. “Pudemos observar comportamentos suspeitos em alguns vídeos, o que leva a crer que se trata de uma represália para conquistar território”, prosseguiu Moinil.

O responsável manifestou-se chocado com a descoberta de um buraco de bala “no quarto de uma criança”, numa rua próxima de um dos tiroteios.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara de Anderlecht, Fabrice Cumps, apelou para o reforço da polícia na capital belga.

É necessária “uma mobilização geral para ocupar a zona e fazer com que os traficantes deixem de poder entrar”, declarou o socialista.