Durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, Ursula von der Leyen, questionada sobre notícias que dão conta de que 95% de um acordo de livre comércio entre as partes já está concluído, respondeu que tem “zero comentários sobre percentagens, pois, como se sabe, nada está acordado até tudo estar acordado”, mas admitiu que as negociações conhecem agora um melhor momento.
“É verdade que depois de semanas difíceis, com progressos muito, muito lentos, vimos nos últimos dias melhores progressos e mais movimento em questões importantes. Isto é bom”, declarou.
No entanto, advertiu que “ainda faltam uns bons metros para a linha de chegada”, ou seja, “resta muito trabalho pela frente”, e “a pressão do tempo é elevada, sem dúvida”.
As negociações pós-‘Brexit’ ao mais alto nível entre UE e Reino Unido estão atualmente suspensas, “por um curto período”, devido a um caso positivo de covid-19 na equipa de negociadores do lado comunitário, mas Von der Leyen garantiu que o trabalho prossegue, até porque “já há um texto legal sobre a mesa”.
Apesar da decisão de suspender as discussões numa altura em que se aproxima o fim do prazo para acordo entre os dois blocos, o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, garantiu que “as equipas continuarão o seu trabalho no pleno respeito pelas diretrizes” estipuladas no Acordo de Saída.
Também o seu congénere britânico,David Frost assegurou estar em “estreito contacto com Michel Barnier sobre esta situação.
Os dois lados estão em contrarrelógio para concluir, até final do ano, um acordo de comércio pós-Brexit que possa entrar em vigor em 2021, quando cessa o período de transição que mantém o acesso do Reino Unido ao mercado único europeu.
O Reino Unido saiu da UE em 31 de janeiro e beneficia de um período de transição que mantém o acesso ao mercado único e união aduaneira do bloco europeu até o final deste ano.
Caso não consigam negociar um pacto bilateral, a partir de 01 de janeiro de 2021, o Reino Unido e a UE passarão a negociar com base nas regulamentações genéricas menos vantajosas da Organização Mundial do Comércio.
Comentários