Os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos desde quinta-feira em Bruxelas, pediram a Londres “ações” para avançar no sentido de um pacto que impeça um ‘Brexit’ abrupto em 31 de dezembro, quando termina o período de transição.
“Há um acordo a ser alcançado, mas deve haver flexibilidade dos dois lados, energia, boa disposição e vontade política das partes, e o primeiro-ministro (britânico, Boris Johnson) dirá algo mais (hoje)”, insistiu o ministro em declarações à Rádio 4 da BBC.
Raab admitiu estar “surpreso” e “dececionado” com a falta de flexibilidade por parte do Conselho Europeu.
O ministro britânico disse que as diferenças permanecem em apenas duas questões: acesso dos barcos da UE às águas pesqueiras do Reino Unido e “igualdade de condições” para garantir uma concorrência económica justa entre o Reino Unido e o bloco.
“As questões são realmente estreitas agora”, disse Raab.
O negociador britânico do Brexit, David Frost, lamentou que a UE “não esteja mais empenhada” em trabalhar “intensamente” para chegar a um acordo sobre a sua futura relação com o Reino Unido.
“Estou surpreso com a sugestão de que, para chegar a um acordo, todas as ações futuras devem vir do Reino Unido. É uma posição incomum numa negociação”, escreveu Frost na rede social Twitter.
Boris Johnson alertou no início de setembro que a cimeira desta semana em Bruxelas deve ser um ponto de viragem para estabelecer se um pacto pode ser alcançado ou os preparativos para um rompimento não negociado devem ser acelerados.
O chefe do Governo britânico deve tornar hoje pública a sua posição com base nas conclusões dos líderes da UE.
O Reino Unido saiu da União Europeia em 31 de janeiro de 2020. Em conformidade com o Acordo de Saída, é agora oficialmente um país terceiro, pelo que já não participa no processo de tomada de decisão da UE.
Por comum acordo, a UE e o Reino Unido decidiram, contudo, estabelecer um período de transição, que termina em 31 de dezembro de 2020.
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