“Para mim este fim de mês é um momento muito triste porque ainda não é claro na minha cabeça quais são os ganhos para um lado e para o outro. A título pessoal há uma palavra inglesa que me ocorre que é o ‘nonsense’. Não estou a perceber, acho que muita gente não percebe e metade dos cidadãos ingleses também não percebem qual é a vantagem desta rutura”, disse Elisa Ferreira.
A comissária Europeia responsável pela Coesão e Reformas, que falava aos jornalistas no Porto à margem do 4.º Fórum das Cidades “CITIES Forum 2020”, disse adivinhar uma “negociação difícil”, num período, um ano, que “não é longo”, frisando que “é preciso trabalhar para que se preserve o que é bom neste relacionamento”, referindo-se a Reino Unido e UE.
“Uma vez que [a rutura] existe, temos de viver com ela. Temos de ser capazes de restabelecer as nossas relações em outra base. Vamos ver o que é possível fazer num ano. Tudo vai depender do posicionamento das duas partes”, considerou a comissária.
Elisa Ferreira lembrou que do lado europeu existe, referindo-se a Michel Barnier, um negociador que adjetivou de “excecional e muito experiente”, além de “grande europeísta e amigo de Portugal”, considerando que “como é evidente o que não pode acontecer é Inglaterra ficar com as partes do projeto europeu que lhe interessavam e não dar contrapartidas para isso”.
“É preciso que seja um resultado inteligente. Que se preserve o que de bom que se construiu de parte a parte. Em matéria de mobilidade e de pessoas, os trabalhadores que estão a trabalhar de um lado e de outro, não se destrua o que se construiu. Os detalhes desta agenda não são fáceis e têm de ser equilibrados”, concluiu Elisa Ferreira.
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