Em declarações aos jornalistas após os chefes de Estado e de Governo da União Europeia a 27, reunidos em Bruxelas, terem endossado um acordo revisto para a saída do Reino Unido do bloco europeu em 31 de outubro, Costa, recordando que este é já o quarto acordo celebrado com governos britânicos, disse esperar que agora seja efetivamente “o fim da linha” e comentou que “seria uma tragédia, depois de todo este esforço”, que houvesse uma saída desordenada, “com as pesadíssimas consequências que isso teria para todos.
Deixando um “apelo” ao parlamento britânico para que, desta feita, aprove o acordo de saída negociado entre os 27 e Londres, o primeiro-ministro revelou então que hoje, na reunião dos Socialistas Europeus que antecedeu o Conselho Europeu, em Bruxelas, teve oportunidade de transmitir ao líder da oposição britânica a sua posição.
“Hoje, na reunião do S&D (Socialistas e Democratas), tive oportunidade de dizer ao líder do ‘Labour’, Jeremy Corbyn, que obviamente cada um de nós tem as contingências políticas internas próprias em cada um dos nossos países, mas que há um momento onde todos temos de ser capazes de pôr aquilo que é o interesse da Europa e o interesse geral acima das conveniências partidárias de cada um”, disse.
Segundo Costa, “é obviamente legitimo que o ‘Labour’ deseje eleições antecipadas”, mas também defendeu que “é preciso compreender que chegou o momento em que o interesse geral da Europa, do Reino Unido, dos cidadãos da Europa residentes no Reino Unido, dos britânicos residentes na Europa, naquilo que é o funcionamento normal da economia europeia e da economia britânica, não podem ser interesses sacrificados à vontade política de haver eleições”.
“É uma questão interna do Reino Unido, o Reino Unido tratará. Agora, não podemos ser todos capturados como reféns de questões de política interna do Reino Unido. Portanto, é altura, de uma vez por todas, de o parlamento britânico corresponder àquilo que tem sido um esforço paciente, continuado, persistente, de muito boa vontade por parte da UE, de negociar sucessivos acordos para tentar ultrapassar sucessivas rejeições”, sublinhou.
Questionado sobre se Corbyn foi sensível aos seus argumentos, Costa sorriu e respondeu simplesmente que se verá no sábado, dia previsto para a votação na Câmara dos Comuns.
Relativamente às garantias que o primeiro-ministro Boris Johnson deu de conseguir fazer ‘passar’ o novo acordo no parlamento britânico, Costa respondeu, em tom de gracejo, que o chefe de governo britânico “não fez uma hipoteca sobre a casa dele”, simplesmente “deu a garantia que qualquer primeiro-ministro pode dar, que é a avaliação que faz da maioria de que dispõe no respetivo parlamento”.
Sobre uma eventual nova extensão da data para o ‘Brexit’ no caso de novo ‘chumbo’ no parlamento britânico, Costa disse que esse cenário não está sobre a mesa, e que sobre a mesa está sim um acordo com tudo para ser aprovado, já que “o anterior foi rejeitado pelo senhor Boris Johnson e este agora é negociado e aprovado pelo senhor Boris Johnson”.
“Portanto, é um dia feliz. Esperemos que sábado seja um dia ainda mais feliz e que domingo nos permita finalmente começar a fazer aquilo que é o mais importante, que é tratar da relação futura com o Reino Unido”, declarou.
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