Segundo o portal de notícias da Globo, G1, o avião que transportava o ex-chefe de Estado do Brasil aterrou no aeroporto Afonso Pena às 22:01 de sábado (mais quatro horas em Lisboa), tendo Lula da Silva seguido daqui de helicóptero para as instalações da Polícia Federal naquela cidade.
Lula da Silva ficará preso numa “sala especial de 15 metros quadrados, no 1.º andar do prédio” da Polícia Federal (PF), “com cama, mesa e casa de banho”, tendo sido autorizada a instalação de televisão, informa o mesmo ‘site’.
A agência Efe noticia que centenas de cidadãos, a favor e contra a prisão de Lula da Silva, estavam no local, mas separados por numa distância de cerca de 30 metros.
A PF foi obrigada a usar gás lacrimogéneo contra apoiantes de Lula que protestavam junto às instalações no momento em que aterrou o helicóptero que transportava Lula da Silva.
Na madrugada de quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou um ‘habeas corpus’ apresentado pela defesa de Lula da Silva, que visava evitar a sua prisão antes de se esgotarem os recursos na Justiça.
Na sequência da decisão do STF, o juiz federal Sérgio Moro decretou a prisão de Lula da Silva e deu como prazo a tarde de sexta-feira para o ex-Presidente brasileiro se apresentar voluntariamente à Polícia Federal na cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, sul do Brasil.
No sábado, quase 26 horas depois do prazo dado pelo magistrado, Lula da Silva saiu a pé, rodeado de seguranças, do Sindicato dos Metalúrgicos onde se encontrava desde quinta-feira, em São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo, para se entregar à PF.
Poucos minutos passados das 18:30 (22:30 em Lisboa), terminado o prazo de meia hora que lhe foi dado pela PF para abandonar o edifício, e após uma primeira tentativa de saída impedida pelos seus apoiantes que cercavam o local, Lula da Silva “saiu andando” e entrou num veículo da PF que o aguardava nas imediações.
Depois de conduzido para a sede da PF em São Paulo, foi levado de helicóptero para o aeroporto de Congonhas, onde embarcou para o Paraná.
Luiz Inácio Lula da Silva, 72 anos, foi o 35.º Presidente do Brasil (2003-2011) e é o primeiro ex-chefe de Estado condenado por um crime comum.
O ex-Presidente sempre se declarou inocente e, em março, considerou mesmo que a sua prisão era “a maior barbárie” jurídica na história do Brasil, porque seria o “primeiro preso político do país no século XXI”.
A declaração foi feita no lançamento do livro “A Verdade Vencerá”, resultado de uma entrevista que deu em fevereiro a um grupo de jornalistas e intelectuais e no qual conta a sua versão de todo o processo judicial que o colocou à beira da prisão.
Na obra, de 216 páginas, o antigo chefe de Estado do Brasil afirma que está preparado para a possibilidade de ser preso, não porque reconheça a culpa, mas porque é vítima de perseguição que visa impedi-lo de disputar as eleições presidenciais de outubro.
Lula da Silva foi considerado culpado do crime de corrupção e branqueamento de capitais, por ter alegadamente recebido um apartamento de luxo na cidade do litoral do Guarujá como suborno da construtora OAS, uma das empresas envolvidas nos escândalos da Operação Lava Jato.
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