Num comunicado conjunto, Brasil e China afirmaram que “acolhem a proposta feita pelo Presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido”.

“O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam a sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes”, acrescentaram.

Os Governos do Brasil e da China acrescentaram esperar que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes para pôr fim ao conflito, e destacaram ser necessário “encontrar uma solução política” para a crise na Ucrânia, com vista a um acordo de paz duradouro e justo para todas as partes.

Na nota, lembram ainda que, em maio de 2024, Brasil e China fizeram um apelo conjunto para que todas as partes envolvidas criassem as condições para a retomada do diálogo e, meses depois, em setembro do ano passado, criaram o Grupo de Amigos para a Paz nas Nações Unidas, reunindo países do Sul Global comprometidos com a mediação do conflito na Ucrânia.

“O Brasil e a China seguem à disposição, com o Sul Global, para continuar a apoiar os esforços para pôr fim ao conflito”, declararam.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Presidente chinês, Xi Jinping, participaram nas comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória do exército Soviético contra o Governo nazista na Segunda Guerra Mundial, comemorado na última sexta-feira, em Moscovo, onde tiveram reuniões bilaterais com Putin.

O Presidente brasileiro está em Pequim onde cumpriu agendas relacionadas com a atração de investimentos chineses para o país sul-americano. Hoje, o Presidente brasileiro participou na abertura da 11.ª Reunião Ministerial do fórum China-CELAC e reunir-se-á com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, com quem também assinará acordos para ampliar a cooperação bilateral.

No nível global, além de serem membros do G20, que realizou a sua cimeira anual em novembro de 2024 no Rio de Janeiro, Brasil, China e Rússia, juntamente com a Índia e África do Sul, são fundadores do fórum BRICS, ao qual se juntaram no ano passado Irão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.

O Brasil ocupa a presidência anual do BRICS em 2025 e sediará a próxima cimeira do grupo, por isso espera-se que Xi Jinping visite o país nos próximos meses.

Já Putin não deu sinais de que irá comparecer na cimeira dos BRICS devido a mandados de prisão que foram emitidos contra si por parte do Tribunal Penal Internacional (TPI), por crimes de guerra. O Brasil é signatário do acordo, o que prevê o cumprimento de mandados expedidos pelo tribunal.