Secretário-geral da Presidência francesa desde que Macron assumiu o poder em 2017, Kohler foi indiciado em 23 de setembro por cobrança ilegal de juros num caso pelos seus vínculos com a companhia marítima MSC, informou a Procuradoria-Geral Financeira (PNF) em outubro.
Os investigadores acusam-no de ter "participado", entre 2009 e 2012, como administrador civil, em cinco deliberações da STX France (atualmente conhecida como Chantiers de l'Atlantique) e de três do Grande Porto Marítimo de Le Havre, vinculado à MSC.
Entre 2012 e 2016, como membro dos gabinetes dos ministros da Economia, Pierre Moscovici e Emmanuel Macron, continuou "a emitir pareceres e dar orientações estratégicas" em processos envolvendo esta companhia de navegação, fundada e dirigida pelos primos da sua mãe, a família Aponte.
Embora a PNF tenha arquivado o caso em agosto de 2019, aberto um ano antes após uma série de reportagens do órgão de jornalismo de investigação Mediapart, a associação anticorrupção Anticor conseguiu reabri-lo em junho de 2020.
Além da acusação de cobrança ilícita de juros, a justiça concedeu a Kohler o estatuto mais favorável de testemunha assistida pela acusação de tráfico de influência.
A Presidência francesa recusou-se a comentar a informação nesta terça-feira, por se tratar de uma "investigação em curso". Em outubro, quando a acusação se tornou conhecida, a assessoria de Macron disse que Kohler continuaria no cargo.
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