“Tudo depende dos nossos amigos e parceiros da UE [União Europeia]”, disse à emissora BBC no segundo dia da cimeira dos sete países mais industrializados (G7), que decorre em Biarritz, no sudeste de França, até segunda-feira.

Num encontro bilateral hoje com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, Johnson assinalou que, “independentemente do que acontecer, a proximidade do Reino Unido” em relação aos seus “amigos europeus continuará além de 31 de outubro”, data em que o Reino Unido abandonará a UE, com ou sem acordo, segundo o primeiro-ministro britânico.

No sábado, as divergências entre Tusk e Johnson ficaram expressas com a responsabilização mútua em caso de uma saída do Reino Unido do bloco europeu sem acordo.

As declarações do chefe do Governo britânico foram feitas no mesmo dia em que o semanário The Observer revela que Johnson pediu aconselhamento jurídico sobre a possibilidade de suspender o parlamento durante cinco semanas para evitar que os deputados possam, se necessário, forçar um novo adiamento do ‘Brexit’.

Segundo a agência noticiosa espanhola EFE, o jornal britânico diz ter tido acesso a mensagens de correio eletrónico trocadas entre assessores governamentais, de acordo com as quais Johnson terá questionado o procurador-geral, Geoffrey Cox, sobre a possibilidade de o parlamento poder ser suspenso em 9 de setembro.

O The Observer indica poder tratar-se de um plano para que os deputados não consigam alargar o prazo para a saída do Reino Unido da UE, marcado para 31 de outubro, no caso de Johnson não conseguir um acordo com Bruxelas até essa data.

A proximidade da data faz com que o ‘Brexit’ seja um dos temas da agenda do G7, que começou no sábado.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se reuniu hoje de manhã à margem da cimeira com o primeiro-ministro britânico, considerou que Boris Johnson é "o homem certo" para liderar o 'Brexit' e prometeu um acordo bilateral comercial rápido, assim que o Reino Unido deixar a União Europeia.