
A brasileira liderava a comunidade desde fevereiro de 2018, quando foi nomeada madre-abadessa aos 33 anos, tornando-se a mais jovem da Itália a ocupar tal posição. Há três anos, no entanto, uma carta anónima enviada ao papa Francisco acusava Aline de maltratar e manipular as irmãs, algo que acabou arquivado.
"Disseram que eu destratava e manipulava as irmãs", disse Aline sobre as acusações. A religiosa acredita que a reabertura do caso teve influência externa. "Acredito que tenha sido a pedido de frei Mauro Giuseppe Lepori", disse, referindo-se ao abade-chefe do mosteiro.
Segundo Aline, Lepori fazia comentários inadequados sobre a sua aparência. "Ele dizia que eu era bonita demais para ser abadessa, ou mesmo para ser freira. Falava em tom de piada, a rir, mas expôs-me ao ridículo", disse Aline, que acabou por sair do seu cargo, uma semana antes da eleição de Leão XIV, após uma segunda denúncia, em 2024.
Desde que saiu, Aline foi já até ao Vaticano para tentar recorrer do que considera uma injustiça. "Eu não tive direito de defesa. Fui colocada fora do mosteiro, sem motivação. Vou recorrer para o Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. Por que aconteceu? Porque sou mulher, porque sou jovem e porque, principalmente nesse contexto, sou brasileira", disse.
Natural do Amapá, Aline é formada em administração de empresas, mas trocou esta formação pelos caminhos da fé, onde atuou como tradutora de documentos sigilosos da Igreja, além de intérprete em eventos religiosos.
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