“Nós temos de ter um sistema de apuração [de votos] que não deixe dúvidas. É só isso. Tem de ser confiável e rápido. Não deixar margem para suposições”, declarou Bolsonaro nos portões de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, quando questionou o atraso na contagem dos votos nas autárquicas.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atribuiu o atraso a problemas técnicos em seus sistemas de informática, que durante o dia sofreram um ataque de piratas da Internet que, segundo as autoridades, foi “totalmente repelido”.
De qualquer forma, apesar do atraso em relação à previsão inicial, em cerca de oito horas foram contabilizados os votos de quase 148 milhões de eleitores de 5.567 cidades do país, sem que se soubesse de nenhuma denúncia de fraude até o momento.
Ainda assim, Bolsonaro declarou que se não existir “uma maneira confiável de conduzir as eleições, a dúvida sempre permanecerá”.
Segundo o Presidente, que sempre desconfiou do sistema de votação totalmente automatizado que existe no Brasil, é necessário que o país tenha um sistema que “não deixa espaço para suposições”.
Nesse sentido, Bolsonaro insistiu na proposta de voltar a adotar o voto com células de papel, em vez das urnas eletrónicas que o país utiliza desde 1996 e garantiu que esse é o desejo “do povo”.
Nas autárquicas, o chefe de Estado brasileiro apoiou alguns candidatos, mas só conseguiu colocar dois aliados na segunda volta nas cidades do Rio de Janeiro e Fortaleza, que terão um novo pleito para escolher o novo prefeito em 29 de novembro.
O primeiro aliado do Presidente com chances eleitorais é o bispo evangélico e atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que obteve 21,8% dos votos e vai enfrentar o ex-prefeito ‘carioca’ Eduardo Paes na segunda volta das municipais.
O outro é Wagner Sousa Gomes, conhecido por “Capitão Wagner”, que vai estar na segunda volta da eleição de Fortaleza, capital do Ceará, disputando a prefeitura contra candidato José Sarto, com quem praticamente empatou no domingo com uma votação de cerca de 30%.
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