“Tudo o que forem passos para desmilitarização são passos importante. Eu julgo que temos que aguardar para saber dos efeitos concretos do que assistimos hoje”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, no Porto, à margem de uma visita ao Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).
Os líderes dos EUA e da Coreia do Norte apertaram hoje as mãos e acordaram a “total desnuclearização” da península coreana, com Donald Trump a passar a imagem de uma reunião de sucesso.
Na declaração inicial, depois de um encontro histórico com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, Trump disse que deu "garantias de segurança" à Península coreana e que em troca recebeu a promessa de total desnuclearização do programa de armamento norte-coreano, considerando que as negociações correram "muito bem", mas avisando que o processo é longo e que deverá ser necessário um segundo encontro com o seu homólogo coreano.
Na apresentação do acordo, Trump afirmou que as sanções vão permanecer em vigor até ser comprovado que a Coreia do Norte está a destruir as suas armas, sublinhando que "esse processo quando se começa basicamente está feito, porque deixam de poder usar as armas".
Sobre as garantias de segurança, o líder norte-americano disse que não vai, para já, reduzir a presença militar norte-americana na península coreana, mas assegurou: "Nalgum ponto os 32 mil soldados [norte-americanos] vão voltar a casa e vamos parar com os jogos de guerra".
“Kim Jong-un mostrou-se muito firme e quer fazer isto tanto ou até mais do que eu, e quando aterrar [em Pyongyang] vai começar já o processo", disse ainda Donald Trump.
Questionado sobre a questão dos direitos humanos, Trump respondeu que a questão "foi discutida e será ainda mais debatida no futuro", mas direcionou a resposta para as "muitas cartas e telefonemas" que recebeu pedindo o regresso dos restos mortais dos soldados norte-americanos mortos na Coreia do Norte e assegurou que os restos mortais de mais de 6.000 soldados vão regressar aos Estados Unidos.
Trump admitiu ir a Pyongyang no futuro e acrescentou que já convidou o líder norte-coreano para a Casa Branca "na altura apropriada, e ele aceitou".
Este encontro histórico ocorreu depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.
A cimeira começou pouco depois das 09:00 de terça-feira (02:00 em Lisboa), num hotel em Singapura, e resulta de uma corrida contra o tempo - com uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias -, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes.
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