Quando questionado sobre as circunstâncias o levariam a reconsiderar a sua permanência na corrida eleitoral, Biden respondeu: “Se surgisse uma condição médica, se os médicos viessem dizer-me que tenho este ou aquele problema”.
Esta é a primeira vez que Biden deixa a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão que tem enfrentado dentro do partido para o fazer, à qual até agora tem respondido de forma desafiadora.
A pressão sobre Biden para renunciar à sua candidatura e abandonar as suas aspirações à reeleição cresceu desde o debate presencial no final de junho com o seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, do qual saiu com a imagem bastante abalada.
Até ao momento, 23 congressistas democratas pediram-lhe que se afastasse, mas muitos mais expressaram dúvidas sobre a idade de Biden — 81 anos — e agilidade mental para enfrentar a dura campanha contra Trump.
Na entrevista à BET News, Biden admitiu ainda que em 2020 disse que “ia ser um candidato de transição” e que em 2024 entregaria o bastão a outra pessoa.
“Mas não previ que as coisas ficariam tão divididas. Francamente, acho que a única coisa que vem com a idade é um pouco de sabedoria e acho que mostrei que sei como realizar coisas pelo país. E não quero desistir”, acrescentou.
O congressista norte-americano Adam Schiff juntou-se hoje aos eleitos do Partido Democrata que se opõem a que Joe Biden dispute as eleições presidenciais deste ano contra o republicano Donald Trump.
“Uma segunda presidência de Trump minaria os próprios fundamentos da nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre a capacidade do Presidente de derrotar Donald Trump em novembro”, afirmou o influente congressista, eleito pelo estado da Califórnia, num comunicado citado pelo jornal Los Angeles Times.
Segundo uma sondagem hoje divulgada, quase dois terços dos democratas afirmam que Joe Biden deve retirar-se da corrida presidencial e deixar o partido nomear um candidato diferente.
A nova sondagem do AP-NORC Center for Public Affairs Research, realizada no momento em que Biden tenta salvar a sua candidatura, prejudica fortemente o seu argumento pós-debate contra Trump de que os “democratas médios” ainda estão com o Presidente, mesmo que alguns “grandes nomes” se estejam a virar contra a recandidatura.
A sondagem, publicada duas semanas após o fracasso do debate, concluiu também que apenas três em cada 10 democratas estão extremamente ou muito confiantes de que Biden tem capacidade mental para exercer eficazmente as funções de Presidente, uma ligeira descida em relação aos 40% de uma sondagem da AP-NORC realizada em fevereiro.
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