Numa pergunta enviada ao Ministério da Cultura, através do parlamento, o BE refere que o Global Media Group “anunciou a vários representantes dos trabalhadores a intenção de despedir cerca de 150 trabalhadores, 40 no Jornal de Notícias, 30 na TSF e 56 nos serviços partilhados do grupo”.
Considerando que “esta decisão afetará profundamente a sua situação profissional e familiar”, numa altura de aumento do custo de vida, o partido afirma que “a situação de incerteza” em que encontram estes trabalhadores “é intolerável”.
“O Governo tem responsabilidades diretas nesta matéria e tem de assegurar que estes trabalhadores não perdem os seus postos de trabalho, quando já se encontravam há vários anos numa situação de estagnação, no que diz respeito aos seus salários e às suas carreiras”, defendem os bloquistas.
O grupo parlamentar do BE quer saber, junto do ministro da Cultura, que “medidas de acompanhamento estão a ser tomadas pelo Governo para evitar a perda de 150 postos de trabalho que estão a ser ameaçados por um eventual despedimento coletivo” e se tem “conhecimento da situação económica em que se encontra” o Global Media Group.
“De que forma é que esta pode colocar em causa a situação profissional e os postos de trabalho de outros trabalhadores do Global Media Group? Que medidas está o Governo disponível para adotar no sentido de preservar os direitos dos trabalhadores e os postos de trabalho?”, questionam também os bloquistas.
Os deputados Joana Mortágua e José Soeiro salientam que “num universo de 500 trabalhadores” do grupo, “estes despedimentos correspondem a uma redução de cerca de um quarto” dos funcionários.
“A ameaça de despedimentos é inaceitável e exige-se uma resposta célere, por parte do Governo”, defendem.
Na mesma iniciativa, o BE questiona também o Governo sobre qual “ponto de situação da aquisição”, por parte do Estado, das participações da Global Media na agência Lusa.
“Que influência têm, ou poderão ter, as alterações ocorridas nos quadros societários do Global Media Group? Qual o prazo definido para conclusão do negócio? Qual o valor?”, lê-se no documento.
Na quinta-feira, o Governo anunciou que o processo de compra, pelo Estado, de 45,7% da agência Lusa, pertencentes à Global Media e à Páginas Civilizadas, falhou por “falta de um consenso político alargado”.
“No momento atual, não existindo um consenso político alargado, a operação revelou-se inviável”, lê-se num comunicado do Ministério da Cultura, intitulado “Estado não adquire participações sociais na Lusa”.
No texto, o Ministério da Cultura afirma que “caberá ao próximo Governo assumir as suas responsabilidades e encontrar uma solução que garanta o salutar pluralismo, independência e salvaguarda do serviço público prestado pela Lusa – essencial para o conjunto da comunicação social”.
Nas “circunstâncias da atual situação política”, o Governo considera, no comunicado, que não tem condições de tomar esta decisão.
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