Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem do Fórum Socialismo, Catarina Martins manifestou ainda “enorme disponibilidade” do Bloco para discutir e eventualmente viabilizar o próximo Orçamento do Estado, desde que o Governo aceite alterações estruturais em áreas como o trabalho, saúde e segurança social.
“Há uma lição que esta crise [pandémica] nos deu e que faltou talvez no diagnóstico do primeiro-ministro, que é o facto de que atrasar medidas ou ter anúncio de medidas que não chegam ao terreno é também agravar a crise”, referiu.
Numa reação à intervenção de António Costa no congresso do PS, Catarina Martins admitiu que o diagnóstico de alguns dos problemas do país está correto, mas adiantou que as preocupações elencadas não têm correspondência nas medidas tomadas.
“Quando ouço as preocupações muito justas sobre a habitação, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou o trabalho, não deixo também de pensar que as medidas que o Governo colocou no terreno até agora e que está a preparar não respondem aos problemas que são diagnosticados”, criticou.
Para a líder do Bloco, é preciso “fazer muito mais” desde logo no SNS, para garantir “um programa de recuperação de todos os cuidados não covid”.
Catarina Martins disse que é igualmente preciso “fazer muito mais” nas questões laborais para combater a precariedade, considerando que nenhuma das medidas que o Governo entregou na concertação social “vai à raiz dos problemas”.
“O diagnóstico é certo, mas as medidas não têm capacidade para resolver os problemas”, disse ainda.
Catarina Martins reiterou que o BE tem “enorme disponibilidade” para, no âmbito do próximo Orçamento do Estado, discutir mudanças estruturais que resolvam os problemas do SNS, no trabalho e nos apoios sociais.
“Tivemos [enorme disponibilidade] no ano passado, mantemos neste, com prioridades que temos vindo a elencar e que não mudaram (…). Dissemos sempre que era preciso mais no SNS, mais no apoio social e rápido a quem perdeu tudo e combater a precariedade com medidas estruturais”, referiu.
Segundo a líder do Bloco, no ano passado, o Governo “não quis aceitar nenhuma das propostas do BE e recusou qualquer alteração estrutural nestes campos fundamentais”, razão pela qual o partido votou contra o Orçamento.
“Esperemos que este ano o Governo queira fazer alguma mudança estrutural para resolver estes problemas que são estruturais eles também. Aguardamos”, vincou.
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