“Nós temos que parar com esta ideia de que temos que sustentar toda esta malta. Nós temos que ter um Governo. Precisamos de um Governo forte e um Governo que olhe pelos portugueses. Mas continuo sem perceber porque é que precisamos de 230 deputados. E eu sou um deles. Até podem dizer: também não faz falta, mas eu acho que faço”, disse André Ventura.
“Temos não sei quantos deputados em assembleias municipais e ainda querem criar uma regionalização. Não é para descentralizar nada, é para distribuir mais tachos pela malta toda. Porque é mais um parlamento regional, mais um Governo regional. Eu até estou disposto a não ser eleito, porque o que importa não é o meu lugar nem o meu salário, o que importa é as pessoas olharem e sentirem que o que estão a pagar, estão a pagar com justiça, por um sistema que funciona, e não para um conjunto de centenas, milhares, de pessoas, que não estão ali a fazer nada”, acrescentou.
Depois do ataque cerrado à organização democrática do estado português, que começou com duras críticas às subvenções vitalícias de alguns ex-políticos, André Ventura lançou um desafio aos futuros eleitos do Chega, e também do PS e PSD, para que, tal como ele próprio anunciou enquanto candidato à Assembleia Municipal de Moura, abdicarem do salário e outras remunerações autárquicas a que tenham direito.
“Amanhã eu quero saber que candidatos vão renunciar ao seu salário, como eu renunciei, que candidatos vão renunciar às senhas de presença nas assembleias, que partidos vão dar indicações aos seus autarcas que tenham funções públicas para não aceitar dinheiro do Estado”, desafiou.
Dirigindo-se aos candidatos do Chega nas eleições autárquicas de domingo, André Ventura também os desafiou a todos a renunciarem às verbas a que terão direito no caso de serem eleitos.
“Desafio-vos a todos, no país inteiro, a publicarem uma imagem nas redes sociais a dizer: o nosso presidente vai renunciar ao salário. E você vai ser capaz de o fazer?”, disse o líder do Chega no jantar comício com mais de uma centena de apoiantes em Setúbal.
Acompanhado pela cabeça de lista à autarquia sadina, Luís Maurício, e pelos candidatos a outros municípios do distrito, André Ventura criticou também o Governo por só agora levantar algumas restrições impostas aos portugueses devido à pandemia, que considerou desnecessárias e prejudiciais para a economia portuguesa.
Sobre as eleições de domingo, André Ventura lembrou que nas eleições presidenciais o Chega conquistou mais meio milhão de votos em todo o país e que em alguns concelhos superou os votos dos partidos de “extrema-esquerda”, afirmando-se confiante num bom resultado naquelas que serão as primeiras eleições autárquicas do partido.
“No dia 26 [de setembro], vamos vencer a extrema-esquerda em Portugal. Temos que fazer por isso, temos que fazer por isso”, disse André Ventura.
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