“[As acusações] não são fundamentadas. Foi uma péssima investigação feita pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária. Aliás, o tribunal vai ter ocasião de observar isso. Mantenho que não houve irregularidades”, disse Valdemar Alves, antes do início da sessão do julgamento, que decorreu hoje no Auditório Municipal de Pombal, devido ao número elevado de participantes no contexto da pandemia da covid-19.
Sublinhando que se mantém de “consciência tranquila”, o autarca lamentou que “as pessoas que ficaram sem as suas casas estejam agora aqui como arguidas”.
Valdemar Alves considerou ainda que irá “fazer-se justiça” e “o julgamento vai tratar disso”.
“Além dos mortos, desde que começaram as falsas denúncias”, todo “aquele aparato da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas terras de Pedrógão foi mais aterrorizante do que os fogos”, acrescentou.
Questionado se o julgamento faz sentido, o autarca afirmou que não tem problema em estar presente, uma vez que “estão a tentar incriminar tanta gente a quem lhes ardeu a casa”.
Já sobre a alegação de ter verificado apoios à reconstrução de casas inabitadas, que arderam no incêndio de 17 de junho de 2017, Valdemar Alves foi perentório: “Isso é o senhor quem o diz. Não é aqui que estamos em julgamento. Este é o primeiro dia de muitos dias e no final cá estaremos todos, e os senhores também, para poderem depois falar com mais dignidade.”
O incêndio, que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, no concelho de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.
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