“Os profissionais da GNR dispensam homenagens ou qualquer outro tipo de ‘palmadas nas costas’ e apenas exigem que seja feita justiça e cumprido o alargamento do subsídio extraordinário de risco no combate à pandemia de covid-19, nos termos aprovados pelo parlamento, pois certamente que quem o aprovou, tal como nós, sente-se ludibriado”, refere a APG, em comunicado.
A reação da Associação dos Profissionais da Guarda surge após a homenagem que decorreu na terça-feira, no Ministério da Administração Interna, à GNR, PSP, SEF, bombeiros voluntários e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil pelo envolvimento na luta contra a pandemia de covid-19.
“Os profissionais da Guarda exigem justiça e dispensam homenagens”, precisa a APG, considerando que nenhum militar da GNR “se sentirá valorizado por esta iniciativa simbólica”, uma vez que o Governo é “o primeiro a travar outro tipo de reconhecimento mais objetivo”.
A APG sublinha que a atribuição aos militares da GNR do subsídio extraordinário de risco aos elementos das forças de segurança envolvidos no combate à pandemia tem enfrentado “os mais diversos obstáculos”
“Tendo consciência de que foi uma maioria parlamentar negativa que fez aprovar o abono deste valor extraordinário aos profissionais da GNR, o Governo e a tutela criaram as condições objetivas e subjetivas para que a sua atribuição não fosse universal e destinada a todos os que efetivamente estiveram expostos ao risco durante a pandemia, bem como a longos e desgastantes horários”, refere esta associação.
Segundo a APG, o Governo aprovou “um diploma cinzento, que permitiu numa primeira fase o pagamento de valores completamente díspares para o mesmo serviço e que, posteriormente, fez com que a instituição se pautasse pela definição de valores por mínimos, obrigando os profissionais da GNR a devolver montantes recebidos e em muitos casos a totalidade do valor”.
“A APG/GNR tem vindo a denunciar esta situação recorrentemente e não estando em causa o abono de valores exorbitantes, é no mínimo insultuoso que se homenageie o serviço prestado pelos profissionais da GNR durante a pandemia quando, objetivamente, o respeito demonstrado pela tutela e pela instituição é nulo”, salienta ainda.
O subsídio extraordinário de risco aos elementos das forças de segurança envolvidos no combate à pandemia começou a ser pago aos elementos da PSP e da GNR em agosto, com retroativos a janeiro, mas o número de polícias a quem foi atribuído este subsídio tem sido contestado.
Na GNR, alguns militares tiveram que devolver em outubro o pagamento de três meses do subsídio devido a “acertos de valores processados, associados à clarificação dos critérios de empenhamento operacional”.
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