Em comunicado, a associação presidida por Nuno Botelho não poupa críticas ao Governo, referindo que deve, "numa perspetiva otimista, mediar um período não inferior a quatro anos entre o momento de lançamento do concurso para a sua construção e conclusão da obra".
"A Associação Comercial do Porto está particularmente apreensiva com o que está a acontecer no Porto de Leixões", refere o documento que denuncia "uma crescente interferência do Governo", geradora de "graves consequências para a atividade económica" que o porto suporta.
Para a ACP, a postura da tutela de manter "adiada a implementação do Plano Estratégico de Expansão do Porto de Leixões", impedindo a "concretização de investimentos estudados e validados e que são absolutamente fulcrais", assume contornos de gravidade "no que se refere à incapacidade do porto em responder à tendência de aumento de dimensões dos navios que o pretendem escalar"
Neste cenário, "só a construção de um novo terminal que aumente a capacidade do porto e seja capaz de receber navios com maiores dimensões poderá assegurar que Leixões continue a ser o porto competitivo que serve excelentemente o tecido económico em que se insere", argumenta a ACP.
Argumentando que, "numa perspetiva otimista", terá de decorrer "um período não inferior a quatro anos entre o momento de lançamento do concurso para a sua construção e conclusão da obra", a ACP recorda as "diversas referências à obra" feitas pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
"A solução está equacionada e a ministra do Mar já se referiu por diversas vezes ao "Novo Terminal com fundos -14", a concretizar através de um concurso de construção/exploração", reforça a associação para quem "não se vislumbra data para a intenção sair do papel" e avançar com a "concretização deste projeto, como é, de facto, urgente".
Expressando preocupação pelos "sinais claros de degradação do serviço nesta infraestrutura", com "consequências graves sentidas no tecido produtivo exportador", porque Leixões "está a funcionar muito perto da sua capacidade máxima" no que concerne à "movimentação de contentores", a ACP acusa o Governo de "retirar autonomia à gestão local dos portos, contrariando totalmente o princípio da descentralização".
"Hoje, APDL, concessionários, sindicatos e trabalhadores estão unidos num projeto comum de desenvolvimento e de reforço da sua importância social", revelou a ACP, enfatizando que "a manutenção de uma infraestrutura com autonomia suficiente para assegurar a continuidade da estabilidade institucional, que é uma das principais bandeiras da região, não pode, por isso, ser posta em causa".
E prosseguiu: "como não pode ser posta em causa a materialização de um Plano Estratégico de Médio e Longo Prazo que contemple a construção do referido terminal de contentores e assegure o cumprimento dos prazos que nele estejam estabelecidos" sob pena de "comprometer, de forma gravíssima, a capacidade concorrencial do Porto de Leixões em face dos seus principais concorrentes, designadamente na Península Ibérica" e "prejudicar seriamente a competitividade empresarial".
A Lusa tentou obter uma reação do Ministério do Mar, mas até o momento, não foi possível.
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