As mortes por covid-19 estão a aumentar na Ásia Oriental e no Médio Oriente, assim como as hospitalizações na Europa, num momento em que muitos países deixaram de fornecer estes dados. O alerta chegou esta quarta-feira, pela voz do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Só 43 países continuam a reportar as mortes [por covid-19] e apenas 20 dão dados de hospitalizações”, lamentou. "O aumento de mortes e hospitalizações mostra que a covid chegou para ficar e continuamos a precisar de ferramentas para lutar contra ela”.
Em Portugal, último relatório da resposta sazonal em saúde - Vigilância e Monitorização da DGS indica um aumento de novos casos notificados a sete dias de infeção por SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes na semana 33 (31/07/2023 a 20/08/2023), mais 35% em relação à semana anterior.
Há alguma variantes de maior preocupação?
Tedros reconheceu que atualmente nenhuma variante do coronavírus se apresentou como dominante a nível mundial, apesar de uma delas, a EG.5 (considerada "de interesse" pela OMS e denominada "Eris" pelos peritos) estar em ascensão.
"Uma das principais preocupações da OMS são as pessoas e grupos de risco que não receberam doses da vacina anticovid recentemente”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, que pediu aos que foram aconselhados a vacinarem-se que se dirijam aos centros médicos para o fazerem.
As máscaras vão voltar?
Depois de se saber que o Centro Hospitalar Lisboa Norte — que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente — impôs o uso de máscara no internamento para profissionais e visitas, José Artur Paiva, diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências a Antimicrobianos (PPCIRA) da DGS, explicou que a decisão “é perfeitamente normal”, no âmbito de “uma medida com sensatez associada à situação específica do hospital em causa”.
Questionado se estes princípios também devem ser aplicados nos lares, José Artur Paiva afirmou que sim, perante situações locais de aumento da incidência da doença.
“O SARS-CoV-2 não foi embora” e caracteriza-se agora por “uma situação de endemia, com flutuações no grau de incidência, como os outros vírus respiratórios, vírus da constipação da gripe, etc”.
Assim, os cidadãos devem ter a responsabilidade de usar máscara quando tem sintomas respiratórios, como espirros, tosse, dor de garganta, para evitar a transmissão de vírus respiratórios a outras pessoas.
E as vacinas?
A vacinação contra a gripe e a covid-19 arranca “com força” em 29 de setembro, segundo Fernando Araújo, diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O ministro da Saúde, por sua vez, garantiu que o processo de vacinação vai ser fácil, deixando o compromisso de que nenhum português que queira vacinar-se vai deixar de fazê-lo por falta de vacinas.
Além disso, Pizarro explicou que as vacinas que vão ser administradas são as de nova geração aprovadas há dias pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
A vacinação contra a covid-19 vai decorrer nos centros de saúde em simultâneo com a da gripe à semelhança do que aconteceu em 2022.
A novidade este ano é que, pela primeira vez, também vai ser possível administrar a vacina contra a covid-19 nas farmácias comunitárias que tenham serviço de administração de vacinas, profissionais com formação específica para administração de vacinas e que manifestem disponibilidade para participar na campanha, segundo uma portaria publicada no dia 17 de agosto no Diário da República.
Estas farmácias vão poder praticar um horário mais alargado, estando a lista de aderentes disponibilizada nos ‘sites’ do Serviço Nacional de Saúde, da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed.
* Com Lusa
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