Um artista britânico garante ter conseguido reproduzir, sob a forma de tinta, uma cor que, segundo um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, ultrapassa os limites naturais da percepção visual humana, conta o The Guardian.

A cor em causa foi obtida através de uma experiência invulgar, na qual investigadores tiveram feixes de laser disparados diretamente nos olhos, estimulando células específicas da retina de forma inédita.

O artista em questão é Stuart Semple, conhecido por anteriores criações ousadas no mundo da cor – incluindo as tintas que apresentou como as mais negras e mais cor-de-rosa do mundo. Agora, afirma ter desenvolvido a sua própria versão da cor "olo", que os cientistas dizem ser impossível de reproduzir fisicamente, e batizou-a de "yolo", acrónimo que habitualmente significa "You Only Live Once" ("Só se vive uma vez").

A tinta está à venda no seu site por mais de 11.900 euros, embora artistas possam adquiri-la por cerca de 35 euros, mediante declaração da sua atividade.

"Sempre achei que a cor deve ser acessível a todos", afirmou Semple. "Tenho lutado há anos para libertar essas cores que são de propriedade corporativa ou que cientistas reivindicaram ou licenciadas para pessoas individuais".

Apesar do interesse artístico, os cientistas responsáveis pela descoberta da cor mantêm o cepticismo em relação à possibilidade da sua replicação. "É impossível recriar uma cor que corresponda a 'olo'. Qualquer cor que se consiga reproduzir fica pálida em comparação (...), seja tinta, amostra, ou até mesmo um laser monocromático", disse Austin Roorda, um dos investigadores envolvidos na descoberta.

Mesmo assim, há curiosidade: "Talvez eu até contrate o meu primo, que é artista, para fazer um trabalho com esta tinta".