“Foi uma das operações mais arriscadas ao nível do combate à droga e tem de marcante a demonstração da nossa capacidade para combater este tipo de crime e para pensar uma mensagem aos traficantes”, referiu Francisca Van Dunem em declarações a jornalistas.
A ministra da Justiça falava na Base Naval de Lisboa, em Almada, no distrito de Setúbal, a bordo do Navio Patrulha Oceânico Setúbal, que teve como primeira missão na Marinha a localização de uma embarcação de pesca de pavilhão brasileiro, no oceano atlântico, por se suspeitar que transportava cocaína.
Foi em 22 de maio que o navio foi intercetado, cerca de 520 quilómetros a sul de Cabo Verde e a 4.000 quilómetros de Lisboa, tendo resultado na apreensão de 1.102 quilos de cocaína, acondicionados em 50 sacos de serapilheira, e na detenção de sete homens de nacionalidade brasileira.
Para Francisca Van Dunem, o sucesso da Operação “Areia Branca” só foi possível devido à cooperação entre instituições, nomeadamente a Marinha e a Força Aérea.
“Nunca houve nenhuma operação em que tivéssemos ido tão longe e só foi possível fazer porque há um trabalho conjunto entre a Polícia Judiciária, a Marinha e a Força Aérea, já de longos anos […]. Só podíamos fazer um trabalho desta envergadura, a esta distância, se houvesse uma grande articulação entre as várias instituições”, sublinhou.
Segundo a ministra da Justiça, este tipo de operações são um “caminho que tem de ser feito cada vez mais”, porque as rotas de tráfico se têm alterado.
Da mesma opinião é o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que sublinhou como a operação permitiu por fim a vários outros crimes.
“Esta operação vale por aquilo que é o resultado imediato, a apreensão de mais de uma tonelada de cocaína, mas vale também por aquilo que representa em termos da nossa estratégia de combate ao narcotráfico, que está associado a outras formas de criminalidade, incluindo tráfico de armas e tráfico de pessoas. Há toda uma cadeia de ilícitos que estamos a interromper”, disse.
João Gomes Cravinho referiu também que Portugal tem uma responsabilidade acrescida no combate a este tipo de crime devido à sua posição geográfica, próxima dos continentes americano e africano, e garantiu que o país está “disponível para assumir essas responsabilidades”.
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