“Temos um grande acionista, o segundo maior a sair da empresa”, afirmou António Mexia, citado pela Bloomberg, salientando que “as pessoas gostam de estabilidade e que as regras do jogo se mantenham”, depois do anúncio ao mercado de que o Capital Group diminuiu a participação na empresa, passando de quase 10% para 2,958% do capital social da elétrica.
Para o presidente executivo da EDP, “supostamente devem manter-se as regras do jogo e dos contratos. O que vemos hoje é basicamente uma reação do mercado, baseada em medidas recentes que afetam essa estabilidade”.
Na passada quinta-feira, a elétrica anunciou que os acionistas iriam contestar nos tribunais internacionais o pagamento de 285 milhões de euros por alegada sobrecompensação no cálculo da disponibilidade das centrais que operavam em regime CMEC.
Em causa está o despacho do secretário de Estado da Energia de 29 de agosto, que quantifica em 285 milhões de euros a alegada sobrecompensação da EDP quanto ao cálculo do coeficiente de disponibilidade verificado nas centrais que operavam em regime de CMEC (custos de manutenção do equilíbrio contratual), explicou a empresa.
Segundo a EDP, o mesmo despacho afirma estar ainda em estudo a possibilidade de serem exigidos até 72,9 milhões de euros, relativos a uma alegada sobrecompensação das centrais a operar em regime de CMEC pela sua participação no mercado de serviços de sistema.
"A EDP considera que este despacho carece de fundamento legal, económico e técnico", e, considerando-se "prejudicada por esta decisão administrativa [...], tomará todas as diligências necessárias, no sentido de defender os seus direitos e interesses, recorrendo a todos os meios legais ao seu alcance".
António Mexia disse ainda hoje que a oferta da China Three Gorges (CTG) pela EDP estava “a decorrer como era esperado”. Em 11 de maio passado, a CTG anunciou a intenção de lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação.
O presidente executivo da EDP participou hoje na cimeira Bloomberg BNEF Future of Energy, em Londres
Comentários