Em declarações aos jornalistas, após a conclusão do Conselho Europeu em Bruxelas, António Costa começou por negar que o polémico orçamento italiano tenha sido objeto de discussão na reunião dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), mas, instado a comentar o tema, disse desejar que “todos os países ajam de forma responsável”.
“Como Portugal pode demonstrar é possível virar a página da austeridade e cumprir as regras de forma a participar ativamente na zona euro. Creio que isso é uma demonstração para quem tinha dúvidas. Se foi possível seguir em Portugal, com as devidas adaptações, será seguramente possível seguir noutros países”, defendeu.
Perante as insistentes questões sobre o plano orçamental italiano, que prevê um défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), António Costa vincou que está centrado na aprovação, na Assembleia da República, do Orçamento do Estado para 2019, que é “um excelente orçamento”.
De acordo com o primeiro-ministro, o Orçamento do Estado de 2019 vai permitir continuar a melhorar vida dos portugueses, as condições para as empresas investirem, e que Portugal tenha as “contas certas” e possa, assim, crescer.
O executivo de coligação populista, que inclui o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga, enviou na noite de segunda-feira a Bruxelas um plano orçamental em que prevê um défice de 2,4% do PIB para 2019.
O “orçamento do povo”, como foi batizado pelo governo, inclui 37 mil milhões de euros de despesas extras e uma redução de impostos, o que elevará o défice a 22 mil milhões de euros.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, vai entregar hoje em Roma uma carta a pedir “clarificações” sobre a proposta de orçamento italiano para 2019.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, admitiu hoje que o seu Governo espera “observações críticas” por parte da Comissão Europeia à sua proposta de orçamento para 2019, ainda que esteja cada vez mais convencido de que esta é “muito boa”.
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