“A Europa põe um ponto final nos plásticos descartáveis e leva mais longe as medidas aprovadas recentemente pelo Governo português”, disse a associação ambientalista Quercus em comunicado, salientando que a Europa enfrentou o problema da poluição provocada pelo plástico descartável “de forma ainda mais determinada” do que Portugal.
O Parlamento Europeu aprovou hoje uma proposta que prevê, entre outras medidas, a proibição da venda de produtos de plástico de utilização única na União Europeia (UE) a partir de 2021.
A proposta, com 571 votos a favor e 53 contra, preconiza a proibição da venda de pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores para bebidas e varas para balões, e também de produtos de plásticos oxodegradável (que se fragmentam) e recipientes para alimentos e bebidas de poliestireno expandido (esferovite).
A Zero, outra organização ambientalista, diz, também em comunicado, que o Governo português tem de “mostrar a mesma ambição do Parlamento Europeu”.
No documento a Zero destaca a votação expressiva na medida, a proibição das embalagens de esferovite e restrições na pesca, e lamenta que não tenha sido adotada a proibição de sacos muito leves, uma medida que tinha sido aprovada no Comité do Ambiente.
“Os Estados-membros têm agora a obrigação de mostrar o mesmo empenho na proteção da saúde humana e do ambiente”, diz a Zero.
Para a Quercus, as medidas hoje aprovadas são “fundamentais para mudar os comportamentos na Europa” e permitem ao setor envolvido (indústria, embaladores, distribuição e restauração) “adaptar-se à nova realidade”.
A organização salienta que os poluentes marinhos são alvo de proibição, mas diz que nas garrafas de água a medida “podia ter sido mais ambiciosa”.
“É fundamental envolver os produtores e responsabilizá-los pelo impacte dos seus produtos no ambiente, impondo a necessidade de que os mesmos informem o consumidor sobre este impacte das embalagens, quando incorretamente encaminhadas, tal como existe por exemplo para a saúde no caso do tabaco”, defende a Quercus.
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