Em comunicado, associações como a GEOTA, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), a Quercus, o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (FAPAS) e a ANP/WWF (Associação Natureza Portugal/World Wild Fund) defendem que a proibição deve vigorar “até que seja definido o limite sustentável de abate e que esse limite possa ser corretamente implementado no nosso pais”.
Lembram que a população de rola-brava “tem diminuído acentuadamente por toda a Europa nas últimas dezenas de anos”, sobretudo devido à intensificação agrícola (corte de sebes, destruição de mosaicos agrícolas e uso indiscriminado de fitofármacos) e à caça excessiva em países como França, Espanha, Portugal e Itália.
“A situação da rola-brava é de tal maneira grave que a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classificou-a como espécie Vulnerável à extinção em 2015”, recordam.
As associações ambientalistas apontam a informação científica mais recente para sublinhar que a diminuição da população média da rola-brava em Portugal desde 1994 é de 80% e que “a caça a esta espécie se sobrepõe ao seu período reprodutor em todas as regiões e incide sobretudo na população nidificante.
Apontam ainda uma tese de doutoramento do Instituto Superior de Agronomia que diz que “30% das rolas caçadas em Portugal são abatidas quando ainda se encontram a nidificar”.
Os ambientalistas frisam que a caça que se pratica em Portugal “coloca em risco a sobrevivência da espécie” e pedem ao ministro do Ambiente que, além de suspender a caça à rola-brava, avance com medidas de gestão do habitat agrícola desta espécie, divulgue as estatísticas da caça e crie mecanismos efetivos de seguimento do número de exemplares abatidos.
“A C6 [coligação das seis associações] já obteve do Secretário de Estado das Florestas a promessa de que os dados dos abates iriam ser divulgados, mas até agora não se viu nada. Não é possível fazer uma boa gestão da caça sem se conhecerem os números do abate efetuado em cada época”, afirmam.
As associações consideram ainda que o Ministério do Ambiente, que tutela a área da conservação da biodiversidade, “se deveria pronunciar com prontidão, deixando clara a sua posição sobre o risco de extinção em Portugal da rola-brava e sobre o que vai fazer para reverter a situação”.
Comentários