Fontes do Ministério da Energia espanhol manifestaram à agência EFE a "satisfação" do Governo de Madrid pelo acordo alcançado hoje entre Espanha e Portugal sobre o novo Armazém Temporário Individual (ATI) da central de Almaraz, que está a cerca de cem quilómetros da fronteira portuguesa.
Na prática, Portugal retira a queixa apresentada em Bruxelas pela construção do ATI em troca de uma visita conjunta às instalações, que irá contar com a participação da Comissão, e pelo envolvimento das autoridades portuguesas no processo de futuras consultas.
A “resolução amigável” do diferendo em torno do ATI de Almaraz prevê que Espanha pode prosseguir para já a sua construção, mas sem tomar qualquer medida “irreversível”, precisou a Comissão Europeia.
"O lógico entre vizinhos é resolver as coisas rapidamente e bem" e o acordo de hoje "conseguiu-se através do diálogo, que foi constante", indicaram as fontes do Ministério da Energia espanhol.
O Ministério da Energia de Espanha já deu autorização à central de Almaraz para construir o seu ATI, que poderá receber a autorização de funcionamento em finais deste ano, desde que estejam resolvidas as consultas acordadas com o Governo português.
O ano de 2017 é decisivo para a central de Almaraz uma vez que ao longo do mesmo o operador da central nuclear poderá solicitar o aval do Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol para prolongar a vida útil da instalação para lá de 2020. Caso isso aconteça, a central de Almaraz vai operar mais de 40 anos, já que entrou em funcionamento em 1983, com dois reatores.
Todas as centrais nucleares espanholas estão a construir instalações para armazenar temporariamente combustível (matéria físsil radioativa) usado nos reatores, pelo menos até que esteja operacional o Armazém Temporário Centralizado (ATC) de resíduos nucleares, projetado para Villar de Cañas, Cuenca.
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