Segundo uma informação dos SMAS de Leiria enviada à agência Lusa, a percentagem de água não faturada foi de 35% em 2022, sendo que no ano anterior foi de 37%, representando cerca de 2,4 milhões de euros e na ordem dos 3,9 milhões de metros cúbicos.
“Em 2023, pretendemos reduzir em 10% o valor da água não faturada”, adiantou a empresa.
À Lusa, o diretor delegado dos SMAS de Leiria, Leandro Sousa, esclareceu que a antiguidade da rede, que provoca roturas no abastecimento de água, assim como os usos indevidos, como furtos de água e ligações não autorizadas, explicam estes valores.
“São situações que os SMAS continuam a fiscalizar e a comunicar às autoridades”, garantiu Leandro Sousa.
Para este ano, as prioridades da empresa passam pela “reabilitação da rede de abastecimento de água e o combate à água não faturada”, declarou o diretor delegado, referindo que a empresa vai apostar numa campanha de sensibilização junto da população para a ligação à rede pública de água e saneamento.
“O investimento está feito, estamos a ter custos com a sua manutenção e quem está a pagar são os clientes que estão ligados”, afirmou, realçando ainda a questão da saúde pública.
Frisando a qualidade da água distribuída pelos SMAS de Leiria, que é “tratada e controlada”, Leandro Sousa observou que, no caso do saneamento, se os proprietários não tiverem uma fossa estanque podem estar a contaminar os lençóis freáticos.
Para Leandro Sousa, torna-se, portanto, fundamental que as pessoas deixem os sistemas privados e se liguem à rede pública de abastecimento de água e saneamento.
“Além da obrigatoriedade legal, a questão da saúde pública é fundamental”, reforçou.
Segundo os SMAS de Leiria, “este ano estão previstas despesas no serviço de abastecimento de água no valor global de 10.177.875 euros”, destacando-se o controlo e redução de perdas no sistema de adução e distribuição de água no concelho (830 mil euros) e o sistema de telemetria (800 mil euros).
A conduta elevatória de Monte Redondo à Praia do Pedrógão (750 mil euros), a reabilitação da rede de abastecimento de água em Maceira (650 mil euros), a construção de condutas distribuidoras diversas e a remodelação e ampliação das redes de água de sistemas em exploração (ambas com investimentos de 600 mil euros) são outros dos trabalhos com custos mais significativos.
Já no âmbito do saneamento de águas residuais, estão previstas despesas globais de 7.831.645 euros.
A rede de coletores dos lugares de Outeiro das Barrocas, Alcaidaria, Portela da Mata, Mata, Janardo (parte), Figueiras (parte), Insua e Pingarelhos, e Colónia Agrícola (970 mil euros), a rede de saneamento nos lugares de Casal do Monte, Feijão, Lagoa da Pedra, Raposeira, Vale da Raposeira e Valongo (930 mil euros) e a rede de coletores dos lugares de Casal da Quinta, Agodim, Figueiras (parte), Vale Pereiro, Bidoeira de Cima, Bidoeira de Baixo, Carriço, Texugueira, Vale Coelho e Barracão (900 mil euros) são os investimentos de maior valor.
Em 2022, para o abastecimento de água, “os SMAS assumiram compromissos no montante” de 10,6 milhões de euros (adjudicações efetuadas ao longo do ano), sendo que deste montante foram pagos cerca de 8,2 milhões de euros.
Quanto ao saneamento, o valor previsto em 2022 para investimentos foi de 4,5 milhões de euros, que passaram para 9,2 milhões de euros. Foram assumidos compromissos na ordem dos 8,6 milhões de euros e pagos 7,2 milhões de euros, acrescentou a empresa.
Os SMAS de Leiria possuem uma rede de abastecimento de água com 1.900 quilómetros de extensão, gerem 23 captações subterrâneas e 69 reservatórios, servindo “cerca de 67 mil clientes ao nível do abastecimento de água e cerca de 55 mil clientes ao nível da drenagem de águas residuais”.
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