No mundo há actualmente nove regiões certificadas, uma ou outra ilha em particular, mas nenhum arquipélago. Marta Guerreiro lembra que «este é um processo longo e que envolve toda a comunidade, empresas, universidades, locais, além de implicar muito trabalho de estatística. Os critérios são imensos, têm diversas componentes - social, económica, ambiental, legislativa – e é necessário sensibilizar toda a comunidade para a questão».
O envolvimento tem de ser de todos, públicos e privados, e o compromisso é para a vida. Obter a certificação de região turística sustentável significa cumprir um vasto conjunto de critérios, que vai sendo avaliado e renovado todos os anos. Ou seja, o certificado pode perder-se. E conquistá-lo é uma mais-valia para Portugal em geral e para os Açores em particular. Não é à toa que a taxa de crescimento de dormidas no arquipélago continua a rondar os 20% desde 2015 (este ano já tinha atingido os 17% ainda ia a meio). Os turistas gostam de ilhas e quanto mais aproximado do seu estado natural for o ambiente melhor. Por isso a Nova Zelândia, outra região com certificação de turismo sustentável, e o seu slogan “100% pura” se tornaram imbatíveis.
Para a secretária regional, a certificação dos Açores é fruto de uma estratégia deste governo, que há um ano definiu como essencial juntar três áreas: energia, ambiente e turismo: «Foi um primeiro sinal claro da importância da sustentabilidade para o sector. Além disso, 2017 foi declarado pelas Nações Unidas o ano internacional do turismo sustentável e considerámos uma oportunidade única para nos posicionarmos internacionalmente nestas matérias. Ao mesmo tempo, pensámos que era altura de trazer os empresários, os privados, para o tema. Tivemos a sorte de receber um legado patrimonial e ambiental fantástico, que são os Açores, mas isso tem de ser visto como uma grande responsabilidade. Temos de saber criar riqueza, emprego, fazer crescer a região com base no desenvolvimento do turismo». E esse é o passo que está a ser dado neste momento, unir esforços públicos e privados. Com uma série de novos projectos turísticos a aparecer nas diversas ilhas, em áreas tão diferentes como o voluntariado, os vinhos, a economia social, os cafés ou a doçaria.
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