“Em cerca de uma hora, corremos alguns comerciantes da baixa e cerca de 50 assinaram logo o abaixo-assinado a pedir a reabertura imediata das ruas à Câmara Municipal atendendo a que estão a vir muito menos pessoas para a cidade”, afirmou o empresário Rui Silva, um dos promotores, destacando que o documento foi assinado por representantes de lojas, cabeleireiros, óticas e restauração.
Em 03 de dezembro, foi anunciado que, de 09 de dezembro até 02 de janeiro de 2022, a circulação automóvel estaria interditada em várias ruas do centro histórico de Ponta Delgada, tendo sido disponibilizados três autocarros gratuitos para fazer a ligação, aos sábados, entre os parques de estacionamento e o centro da maior cidade açoriana.
“Nós estamos a vender menos e o trânsito está caótico”, afirmou o comerciante, que condenou também a retirada de 25 lugares de estacionamento na cidade.
Rui Silva realçou que as vendas estão “ainda mais baixas” do que no ano passado, que já foi um “ano muito difícil” devido à pandemia da covid-19.
O empresário deu o exemplo da faturação das suas lojas na área dos eletrodomésticos, tecnologia e artigos de desporto: “De 15 de novembro até 08 de dezembro estávamos a recuperar e a ter um aumento de vendas em relação ao ano passado de 20% […]. Do dia 09, quando a Câmara fechou as ruas, até ontem [segunda], temos uma redução das vendas de 30%”.
Rui Silva defendeu que não foram criadas as condições para fechar o trânsito no centro de Ponta Delgada.
“Quando cortam as ruas do centro da cidade sobrecarregam as outras vias que não estão preparadas para isso. Criem condições primeiro: com mais autocarros e melhores acessos. Isso é uma coisa que leva tempo”, advogou.
O comerciante considerou que “não se pode comparar Ponta Delgada às grandes cidades da Europa” e criticou a decisão de “fazer uma experiência” numa altura “tão importante”.
“Faz-se uma experiência destas no Natal, quando nós estamos à espera do mês de dezembro para tentar recuperar do ano de pandemia”, assinalou.
Rui Silva afirmou que a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada deu parecer negativo às alterações à mobilidade promovidas no centro da cidade e disse estar aguardar por uma decisão do presidente do município, o social-democrata Pedro Nascimento Cabral.
“Entregámos ontem [segunda-feira], pessoalmente, o abaixo-assinado ao presidente da Câmara de Ponta Delgada. Ele disse que ia falar com a sua equipa e avaliar”, relatou.
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