Na carta publicada hoje, Francisco afirma que “neste momento de doença”, a guerra lhe parece “ainda mais absurda”.

“A fragilidade humana, de facto, tem o poder de nos tornar mais lúcidos sobre o que dura e o que passa, o que nos mantém vivos e o que nos mata. Talvez seja por isso que tantas vezes tendemos a negar limites e evitar pessoas frágeis e feridas: elas têm o poder de questionar a direção que escolhemos, como indivíduos e como comunidades”, escreve o Papa.

Francisco pede a todos aqueles que dedicam o “seu trabalho e inteligência a informar, que unam o mundo usando a importância das palavras”. “Nunca são apenas palavras: são ações que constroem ambientes humanos. Elas podem conectar ou dividir, servir à verdade ou fazer uso dela. Devemos desmantelar palavras, desmantelar mentes e desmantelar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de um senso de complexidade”, escreveu.

Francisco lamenta que “enquanto a guerra só devasta comunidades e o meio ambiente, não oferecendo soluções para conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova vida e credibilidade”.

E afirma que “as religiões também podem aproveitar a espiritualidade dos povos para reacender o desejo de fraternidade e de justiça, a esperança de paz”, e que “tudo isso requer compromisso, trabalho, silêncio e palavras”.

Internado há 33 dias, o Papa continua a trabalhar e dá sinais de atenção ao que acontece no mundo, como nesta carta.

De acordo com as últimas informações, os médicos notaram pequenas melhoras com fisioterapia respiratória e motora, e consideraram o estado do Pontífice estável.

Francisco, 88 anos, está internado no Gemelli desde 14 de fevereiro devido a uma pneumonia bilateral.