Em comunicado, a Comissão refere que a programação de 2023 vai “evocar o papel do mundo do trabalho e do movimento sindical independente e anticorporativo no combate à ditadura e assinalar momentos significativos na atuação das Oposições ao Estado Novo, bem como a constituição do Movimento dos Capitães”.
Neste âmbito, de acordo com o plano de atividades para 2023 – aprovado na terça-feira pela Comissão Nacional das Comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril, presidida pelo Presidente da República -, será inaugurada em 01 de maio a exposição “O movimento operário e sindical na resistência à ditadura (1968-1974)”.
Esta exposição, comissariada pelo historiador José Pacheco Pereira, terá “dois núcleos centrais” – em Lisboa e no Barreiro -, mas também mostras expositivas em pontos do país “associados às lutas neste período”, como em “fábricas onde houve greves” ou em “sedes sindicais”.
Ainda no primeiro semestre de 2023, a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de abril prevê também organizar uma exposição sobre Amílcar Cabral, entre 17 de março e 25 de junho, que ficará patente no Palácio Baldaya, em Lisboa, e a partir da qual serão promovidas iniciativas “sobre temas como o colonialismo, a luta anticolonial e a descolonização”.
Em termos de conferências e colóquios, a Comissão Comemorativa promete dar “particular atenção” aos 50 anos do III Congresso da Oposição Democrática, entre 04 e 08 de abril de 1973 em Aveiro, promovendo “um conjunto de iniciativas” sobre o assunto.
Já a segunda metade do ano irá focar-se principalmente no Movimento dos Capitães, que, segundo a comissão comemorativa, se “constituiu formalmente no Encontro de Alcáçovas”, em 09 de setembro de 1973 em Monte Sobral.
Para assinalar esse acontecimento, a Comissão Comemorativa irá realizar uma cerimónia em 09 de setembro naquela localidade, “envolvendo os protagonistas dos acontecimentos”, e procurará “promover a construção de um memorial ou monumento evocativo”.
No segundo semestre de 2023, está ainda prevista a organização de várias iniciativas para “evocar a memória” dos 50 anos do Encontro dos Liberais, entre 28 e 30 de julho de 1973, designadamente a criação de um “dossiê temático digital” que irá contar com “testemunhos dos protagonistas”.
Ao longo do ano, a Comissão prevê atribuir apoios de 1,8 milhões de euros “a projetos que se enquadrem no âmbito das comemorações, através de linhas concursais promovidas em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) e o Instituto de Cinema e do Audiovisual (ICA), cuja abertura está prevista para o primeiro semestre do ano”.
Neste comunicado, a comissária executiva das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, Maria Inácia Rezola, refere que cada ano destas comemorações “vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual deste acontecimentos na construção e afirmação da democracia”.
“A partir de 2023, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) serão revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento”, anuncia Maria Inácia Rezola.
Fazendo um balanço da programação de 2022, a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de abril refere que esteve envolvida em “cerca de uma centena de atividades, muitas das quais foram promovidas por sua iniciativa ou em parceria com outras entidades”.
“A Comissão desenvolveu, no ano passado, mais de 90 atividades próprias, apoiou perto de 30 atividades de terceiros e recebeu mais de 140 propostas por parte da sociedade civil”, lê-se no plano de atividades de 2023.
A Comissão Nacional das Comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril, presidida pelo Presidente da República, aproou na terça-feira passada o plano de atividades para 2023.
Este órgão é composto pelo presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, presidentes do Tribunal Constitucional, do Supremo Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal de Contas e pelo presidente da Associação 25 de abril.
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