De um programa apresentado para cinco meses — março a julho — que inclui 20 coproduções, três delas internacionais, destaque para a estreia do programa União de Facto, uma parceria do TMP com o Teatro Nacional São João (TNSJ) que leva ao Porto a peça “Bajazet, considerando o Teatro e a Peste”, com encenação de Frank Castorf, que dirigiu a Volksbühne, em Berlim.
“Com esta parceria propomo-nos a trazer, uma vez por ano, um grande encenador ou um grande coreógrafo ao Porto em conjunto com o TNSJ. Desta forma podemos trazer espetáculos que sozinhos não poderíamos, pela sua dimensão e custo”, descreveu aos jornalistas o diretor artístico do TMP, Tiago Guedes.
A peça do diretor de teatro alemão, com um elenco inteiramente francófono conta com a presença de Jeanne Balibar, diva do teatro e do cinema franceses, e terá duas sessões no TNSJ a 12 e 13 de junho.
Antes, a 06 e 07 de março, no Teatro do Campo Alegre, Tânia Carvalho estreia “Onironauta”, uma peça que, descreveu Tiago Guedes, “mergulha num lado muito secreto do que é a dança” desta coreografa que é também assina a música, os figurinos e a produção do espetáculo.
No mesmo mês, a 25 e 26, e no grande auditório do Rivoli, “Achterland” marca o regresso ao Porto da coreografa belga Anne Teresa de Keersmaeker que apresentará uma remontagem de uma peça dos anos 1990.
“É uma das grandes coreógrafas da atualidade. Nesta peça ela coloca os músicos e artistas no centro do palco”, descreveu o diretor artístico do TMP sobre uma apresentação feita em parceria com os Teatros del Canal, de Madrid, Espanha.
Em abril, nos dias 03 e 04, o P.E.D.R.A. — Projeto Educativo em Dança de Repertório para Adolescentes vai permitir ao público do café-teatro Campo Alegre conhecer o trabalho da coreografa portuguesa Vera Monteiro e de três grupos de jovens do Porto, Viseu e Lisboa com idades entre os 15 e os 18 anos.
Também no Campo Alegre e nos mesmos dias, mas no grande auditório, o suíço Martin Zimmermann apresenta “Eins Zwei Drei”, um espetáculo multidisciplinar que Tiago Guedes disse ser dedicado a famílias e que “cruza teatro e circo contemporâneo, na qual se procura responder a perguntas como os palhaços influenciam ou não a sociedade?”.
Abril é também o mês em que a rapper Capicua apresenta, com um espetáculo no dia 04 no Rivoli, o seu novo álbum “Madrepérola”.
E, ainda que esteja prevista para dia 17 de março uma conferência de imprensa sobre a quinta edição do DDD — Festival Dias da Dança que acontecerá em vários palcos da cidade, bem como de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos, hoje foi já anunciado que este incluirá uma coprodução internacional, a “Augusto”, de Alessandro Sciarroni, vencedor do Leão de Ouro de Carreira na Bienal de Veneza do ano passado.
O DDD cruza-se, a 29 de abril, com o início do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), um evento que marca a programação do TMP em maio.
“Fazemos uma avaliação muto positiva da parceria com o TMP, razão pela qual a decidimos manter. Este ano teremos uma mostra de espetáculos portugueses”, disse o diretor do FITEI, Gonçalo Amorim, que destacou “Manifesto Transpofágico”, da brasileira Renata Carvalho, um ícone dos artistas ‘trans’ e conhecida por ter alguns dos seus espetáculos censurados, que vai estar em cena a 08 e 09 de maio no Rivoli.
Já “Lágrimas de Crocodilo”, de Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo, em cena no Campo Alegre com cinco sessões nos dias 21, 22 e 23, fala das “birras” e do “choro fingido” e é dedicado a crianças porque, disse Tiago Guedes, “os públicos do futuro devem ser trabalhados o mais cedo possível”.
Por fim, depois da peça de Frank Castorf, há “Boas Memórias”, de Patrícia Portela com Leonardo Simões, a 19 e 20 no Campo Alegre.
A temporada fecha, em julho, com o projeto “Praça!” que levará o francês Oliver Grossetête a fazer “Construções monumentais participativas em cartão”, na Praça D. João I, onde 240 pessoas, desde estudantes de arquitetura, a seniores e adolescentes, vão apresentar “um grande ícone da cidade”.
“Será uma semana de ‘workshops’ com centenas de pessoas que vão construir uma maqueta gigante de um ícone da cidade. Uma ode à cidade que cruza as artes performativas e a arquitetura”, descreveu Tiago Guedes que não quis revelar qual será o ícone do Porto representado.
Nota, ainda, para o Trengo — Festival de Circo do Porto que começará em julho com espetáculos de circo contemporâneo no Rivoli, um dos “ramos” do TMP que comemora este ano o seu 88.ª aniversário e foi descrito esta manhã pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, como “um espelho da cidade porque é um ponto em que as pessoas se encontram, respondendo à sede que a cidade tinha de se reencontrar com a cultura”.
Segundo o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, o orçamento da temporada hoje apresentada é de 645 mil euros.
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