O LISBOAGORA, com direção de António Jorge Gonçalves, Alexandre Almeida Coelho e Nuno Pratas, foi um dos projetos de criação artística que recebeu apoio financeiro – 48.600 euros – do Fundo de Emergência Social da Câmara Municipal de Lisboa.
O projeto envolveu mais de 50 pessoas, entre artistas, técnicos e outros profissionais, na criação e interpretação de novos conteúdos artísticos, tendo como palco edifícios e locais da capital, com a ideia de serem exibidos e ficarem acessíveis ‘online’.
Em declarações à agência Lusa, o artista visual António Jorge Gonçalves explicou que a ideia do LISBOAGORA surgiu na primavera de 2020, como resposta ao primeiro confinamento, que paralisou a atividade cultural.
Tendo conseguido financiamento através daquele fundo de emergência, foi possível montar uma iniciativa que mostrasse “o que achamos que é o tecido cultural de Lisboa, que é a ideia de cruzamentos” e de diversidade, disse.
Foi assim possível montar um projeto “que não só pusesse os artistas e técnicos a trabalhar, mas que pusesse coisas a acontecer na cidade e tivesse um acesso democratizado”, com o resultado do trabalho artístico a ficar acessível ‘online’ na página www.lisboaagora.pt.
“A ideia não foi fazer registo vídeo de coisas performativas; a ideia é colocar artistas na cidade, gravar em ‘take’ único”, sublinhou António Jorge Gonçalves.
Assim, no verão passado, foram registadas em vídeo performances de artistas como a bailarina Leonor Keil, os músicos Vítor Rua, Noiserv e João Paulo Esteves da Silva, o ator Ângelo Torres, o escritor Rui Zink e o fotógrafo Augusto Brázio.
Foram registadas atuações em locais como as ruínas do Teatro Romano, o jardim do Campo Grande, o Museu da Carris, o claustro do Museu da Marioneta ou o HUB Criativo do Beato.
As 14 atuações produzidas, com uma duração individual de cerca de 20 minutos, serão mostradas na íntegra numa sessão contínua no dia 16, terça-feira, entre as 19:00 e as 23:00.
Depois dessa sessão de estreia do LISBOAGORA, cada uma das atuações será colocada ‘online’, diariamente, entre 17 de março e 02 de abril.
A ideia é que a página do LISBOAGORA funcione como um primeiro passo para uma “biblioteca ‘online’ de arte performativa na cidade”.
“Seria um pouco a nossa ambição, era um sonho, se isto fosse um ponto de partida”, disse António Jorge Gonçalves.
“Isto podia acontecer todos os anos, [para que depois] pudéssemos ir construindo, e imaginar as pessoas daqui a dez anos a ver como era Lisboa em 2021, quem estava a fazer o quê e aonde”, sugeriu.
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