Schiaparelli apresentou um desfile intitulado "The Phoenix", inspirado numa visita do estilista Daniel Roseberry a um antiquário que vendia laços das décadas de 1920 e 1930, dizia a nota do desfile.

"Senti como se estivesse a viajar no tempo, a desenhar silhuetas que pudessem evocar a alta-costura do passado", explica Roseberry, à frente da casa histórica desde 2019.

Manequins de espartilho, com decotes rígidos e quadris largos, incluindo Kendall Jenner, desfilaram no Petit Palais para um público de estrelas, incluindo a atriz americana Kelly Rutherford e as atrizes francesas Géraldine Nakache e a filipina Leroy-Beaulieu.

Rumores continuam a circular acerca das novas mudanças no exclusivo rol de estilistas de grandes marcas.

Uma delas aponta para a italiana Maria Grazia Chiuri, responsável pela alta-costura da Dior, que apresenta a sua coleção no Museu Rodin.

O britânico Jonathan Anderson pode deixar a Loewe, após uma ausência notável na moda masculina, inclusive em Londres e Milão, onde costumava expor a sua marca JW Anderson.

Loewe e Dior pertencem ao mesmo grupo, o todo poderoso LVMH.

Perante a desaceleração mundial nos gastos dos consumidores de luxo, a gigante francesa, que deve anunciar os resultados anuais na terça-feira, deve fazer mudanças estratégicas na Dior, acreditam analistas.

Embora as receitas da Dior quase tenham quadruplicado, de 2,7 mil milhões de euros em 2018 para mais de 9 mil milhões em 2023, as criações da estilista italiana, à frente das coleções femininas desde 2016, são "um pouco rígidas e repetitivas", afirmaram analistas do banco HSBC no início do mês.

As coleções masculinas da Dior mantêm um bom desempenho, estima o banco, mas o diretor artístico da Dior Homme, Kim Jones, também pode estar de saída, segundo a imprensa especializada.

À frente da Loewe há de 10 anos, Jonathan Anderson anunciou numa entrevista há algumas semanas que queria fazer "uma pausa" e permaneceu em silêncio nas redes sociais desde então.

"Novas expectativas"

A Chanel apresentará na terça-feira no Grand Palais a nova coleção desenhada pela equipa de criação após a saída repentina de Virginie Viard em junho.

O seu sucessor, o discreto e muito respeitado Matthieu Blazy, foi nomeado em dezembro, mas não deve apresentar uma coleção antes de setembro.

Fendi e Maison Margiela, ambas sem direção artística após as saídas de Kim Jones e John Galliano, respetivamente, não estão no calendário oficial, ao contrário do ano passado.

"A moda é um universo que esquece rapidamente as suas preocupações, os ausentes são substituídos por novas expectativas", diz Pierre Groppo, editor-chefe de moda e estilo da Vanity Fair França.

O estilista francês Ludovic de Saint Sernin estará presente pela primeira vez graças a Jean Paul Gaultier, que o encarregou da sua coleção de alta-costura.

Vale lembrar ainda o aguardado retorno de Valentino, com a primeira coleção de alta-costura de Alessandro Michele, nomeado diretor artístico na primavera de 2024.

Até quinta-feira, 28 casas apresentarão suas criações.

Armani, que comemora 20 anos de alta-costura este ano, Aelis, Elie Saab e a dupla divertida Viktor&Rolf também estão no calendário.

No grupo dos independentes, o francês Julien Fournié convida fãs e seguidores fiéis para uma grande festa para comemorar seu aniversário de 50 anos, com um desfile no teatro Mogador, que deve atrair cerca de 1.600 pessoas.

A espanhola de origem cigana Juana Martín também desfila, assim como a marroquina Sara Chraibi, ambas na quinta-feira.

Adepto do upcycling, o suíço Kevin Germanier também apresentará a sua primeira coleção de alta-costura em Paris, encerrando a semana.