Marcos Alberti caiu "de amores pela fotografia". Fotógrafo brasileiro, montou o seu primeiro estúdio em 2004 e, desde aí, foi sempre a crescer. As ideias não paravam de fervilhar, a vontade de experimentar projetos diferentes era muita. E não ficou apenas pela fotografia: o cinema foi outra paixão que descobriu pelo caminho.
A internet apercebeu-se realmente da marca do fotógrafo com Wine Project, uma série de fotografias em que regista o que acontece "três taças depois". “Tem uma frase que diz, a primeira taça é da comida, a segunda é do amor e a terceira é confusão. Queria ver se isso era verdade”, diz Marcos sobre a origem do projeto em que juntou amigos, vinho e, claro, a sua máquina fotográfica.
Assim, cada pessoa era fotografada em quatro momentos: primeiro sem beber nada e depois de um, dois e três copos de vinho.
Agora o fotógrafo arriscou novamente. O sistema usado foi o mesmo, mas o tema mudou e pretende passar uma mensagem: "quebrar as barreiras do bem-estar sexual feminino", lê-se na descrição de O Project, uma iniciativa em parceria com a marca de produtos sexuais femininos Smile Makers.
Marcos Alberti reuniu um grupo de 22 mulheres a quem propôs que se masturbassem enquanto fotografava as suas expressões faciais. Para uma maior privacidade das protagonistas, foi usada uma estrutura que apenas as deixava visíveis da cintura para cima.
As fotografias registam quatro momentos, tendo como objetivo mostrar a progressão das expressões representativas do prazer sexual feminino.
As mulheres que participaram no projeto são de várias etnias e nacionalidades, desde países com maior liberdade, como os Estados Unidos, a países mais conservadores, como a China. A mensagem que se pretende passar é, essencialmente, que todas são sexualmente livres.
"A sexualidade feminina é mais frequentemente envolvida em vergonha e sigilo. A nossa parceria com o Marcos permitiu criar esta série para quebrar este estigma social em torno da sexualidade feminina e incentivar a normalização do prazer feminino", referiu Fan Yang, responsável da marca Smile Makers.
"Todas as mulheres que participaram estavam maravilhadas com as suas fotos, especialmente com a última, onde 'brilhavam e brilhavam'", continua Yang. "Esse disparo final, de uma mulher forte, sorrindo para a câmara, é exatamente o que queremos que as pessoas vejam. Esperamos que todas aquelas que vejam este projeto se sintam mais confiantes sobre os seus corpos e sexualidade. Basta um sorriso de cada vez".
Quanto a Marcos Alberti, o essencial é abrir mentalidades ao debater um assunto que pode ser controverso. "Gosto que possamos falar com tanta franqueza com estas mulheres sobre sexo e prazer. Quando se aborda o tópico tabu do sexo através da lente do humor, as pessoas começam a partilhar opiniões mais livremente, o que pode levar a uma mudança monumental na mentalidade das pessoas". No fim de contas, o medo e a vergonha não passam pela objetiva deste fotógrafo.
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