Com mais de 30 exemplares de doces conventuais e populares com nomes sugestivos como Maminhas de Freira, Pirilau de Frei Ambrósio, Beijinhos, Pitos ou Barrigas de Freira, a exposição explora a forma como, ao longo dos séculos, o corpo, o desejo e o sagrado se misturaram na confeção de bolos e sobremesas. O resultado é um olhar provocador, mas historicamente fundamentado, sobre a nossa cultura doceira.

"Comer os doces, com aquelas formas e aqueles nomes, é um modo de participar com Deus na criação do mundo", afirma Paula Barata Dias, comissária da exposição e investigadora da relação entre religiosidade e alimentação, em comunicado. A mostra destaca a dimensão simbólica dos doces, muitas vezes esquecida nas abordagens mais convencionais focadas apenas na receita ou no consumo.

Entre as curiosidades estão bolos associados a fertilidade, saúde ou abundância, como o Espera Maridos, típico de Trás-os-Montes, que varia entre biscoito seco e doce cremoso, ou os Beijinhos de Tomar, conhecidos como Beija-me Depressa. Cada doce revela uma faceta da imaginação popular e uma ligação profunda entre comida, corpo e fé.

A exposição resulta de um trabalho colaborativo com pastelarias de referência, como a Moinho Velho (Coimbra), a Pão de Açúcar (Lisboa), artesãs doceiras de todo o país e a marca Cavacas de Pinhel.

"Quando o corpo se faz doce. O erotismo e a religiosidade na doçaria portuguesa" pode ser visitada até 10 de agosto. Até 31 de julho, o museu está aberto em horário alargado, de terça a domingo, entre as 10h00 e as 20h00. Entre 1 e 10 de agosto, o horário volta ao período regular, entre as 10h00 e as 18h00.

Os bilhetes custam 3 euros e vão estar disponíveis brevemente.