Através de uma história infantil, filhos, pais e educadores em geral são convidados a “falarem e conversarem sobre as suas experiências, os seus sentimentos, que podem estar relacionados com a covid-19, com o confinamento social”, explica à agência Lusa Cátia Magalhães, docente do Politécnico de Viseu, que coordenou a equipa responsável pela tradução e adaptação, com os também professores Ana Berta Alves e José Sargento, e Bruno Carraça, psicólogo clínico e da saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões.
Criado por uma professora e psicóloga da Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos da América, com o apoio da Rede de Tratamento de Trauma Precoce, o livro está disponível para ‘download’ gratuito.
Segundo Cátia Magalhães, a história permite “conversar de forma mais adaptativa” através de uma abordagem “mais consciente e compassiva de toda esta situação”.
“Tem um lado poderoso, que permite chegar junto das crianças e das famílias, para que possam conversar e partilhar bons e maus momentos” vividos durante o confinamento.
A docente do Politécnico de Viseu, que tem trabalhado programas na área da educação parental e familiar, alerta que “em contexto familiar podem surgir situações de maior conflito, maior tensão, maior dificuldade”, sobretudo “numa situação difícil para todos como a atual, que obriga a mudanças”.
“Provocando mudanças na vida de todos, é normal que surjam sentimentos que são mais difíceis de lidar. Esta história permite que as famílias estejam mais unidas, possam falar não só sobre a história da Trinka e do João, mas das suas próprias histórias, na sua vida familiar e do que as mantém unidas”, sublinha.
O projeto é constituído pela história, por um folheto e um guia para pais, porque pretende também servir aos adultos, para que possam “sentir-se menos sozinhos, enquanto pais, que - tal como os educadores em geral - por vezes não sabem como gerir a situação”.
Pensada originalmente para público norte-americano, a história vai ao encontro das situações vividas em Portugal, porque “as dificuldades e os problemas essenciais são algo comum a todos, independentemente do sítio ou do país”.
“Pode ser algo interessante para trazer para o nosso contexto e tentar dar mais uma resposta, um recurso e um instrumento à situação atual, que é difícil para todos”, conclui a docente.
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