Ao todo, são dez nomes da música experimental nacional que integram este festival da Fade In, associação que há um par de décadas apresenta a Portugal e a Leiria nomes de topo e novos valores da música independente mundial.
Sem possibilidade de organizar os festivais Entremuralhas e Monitor devido à pandemia, a associação procura “novas fórmulas de trabalhar sons e emoções”, com um programa que inclui “da música eletrónica à experimental, do improviso espasmódico ao jazz insurrecto, do ambiental poético ao drone obscuro, do neoclássico rebelde ao contemporâneo desafiante, da música concreta à atonal”.
O presidente da Fade In recorda que ao longo dos últimos 20 anos vários artistas portugueses e estrangeiros convidados a atuar “já faziam essa incursão por territórios estéticos pouco usuais e vanguardistas”.
Agora, concretiza-se uma “ideia antiga”: concentrar numa temporada “um conjunto de nomes – no caso, nacionais – que facilmente são conotados com esse espírito exploratório”, permitindo “proporcionar atividade a um conjunto de artistas, afirma Carlos Matos à agência Lusa.
Desafiados pelo município de Leiria a criar uma proposta exequível no contexto atual, os responsáveis da Fade In encontraram “uma oportunidade única para materializar este ‘velho’ desejo”, através do Ciclo de Música Exploratória Portuguesa.
Dele esperam que, “à semelhança de outros da Fade In”, seja um projeto que se afirme “pela singularidade, pelo arrojo das apostas e pela coragem de abordar um conjunto de linguagens artísticas e criativas fora da esfera ‘mainstream’ e liberta de espartilhos estéticos preconcebidos”.
Para a primeira edição foram convocados “nomes verdadeiramente históricos”, como Vítor Joaquim, Osso Exótico, Sei Miguel ou Telectu, mas também artistas emergentes.
“Este projeto vem para ficar e para ter continuidade no calendário cultural da cidade e da região”, avança Carlos Matos, justificando ausências importantes neste primeiro ano. “Se tudo correr bem, virão em próximas edições”.
O Ciclo de Música Exploratória Portuguesa acontece nas igrejas da Pena e de São Pedro e no Anfiteatro do Castelo, novos espaços culturais criados no monumento nacional.
O primeiro concerto é dia 29 de maio, com CALHAU!, na Igreja da Pena às 19:00. A pandemia limita a lotação a 27 lugares.
Em 12 de junho, atua Vítor Joaquim, reservando-se para 26 de junho a atuação de outra referência nacional, Osso Exótico, no ativo desde 1989.
A violoncelista, cantora e compositora Joana Guerra apresenta-se em Leiria em 17 de julho, enquanto o Ensemble Decadente sobe ao palco em 31 do mesmo mês.
O coletivo HHY & The Macumbas dá um concerto ao ar livre, no Castelo, em 28 de agosto.
Dois importantes nomes do universo experimental chegam ao festival em setembro: Sei Miguel Trio no dia 11 e Telectu no dia 25.
O ciclo termina em outubro, com concertos de João Vairinhos no dia 23 e Lobo, no dia 30.
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