O filme chega aos cinemas portugueses depois de ter sido distinguido em maio com o Grande Prémio, o Prémio da Crítica e o Prémio Queer no Festival de Cinema de Cannes. Está nomeado para os Prémios Europeus de Cinema e é o candidato de França a uma nomeação para os Óscares.
“120 batimentos por minuto” traça um retrato da associação Act Up e de uma geração que enfrentou os primeiros anos de epidemia da doença, em França, na década de 1990.
Robin Campillo, realizador franco-marroquino, contou à agência Lusa que fez este filme a partir das memórias daquela época, porque foi militante da Act Up, e participou nas ações de esclarecimento e protesto junto de políticos, laboratórios farmacêuticos e da sociedade civil.
“Foi um momento poderoso. Claro que foi horrível, porque os nossos amigos estavam a morrer no pior momento da epidemia, mas, ao mesmo tempo, estávamos tão felizes por estarmos juntos, por querermos mudar a forma como a doença era entendida, querermos mudar a sociedade. Foi muito importante para mim poder partilhá-lo com os espectadores, foi um momento importante da minha vida, do ponto de vista emocional, político e ético”, disse o realizador.
Com Nahuel Pérez Biscayart, Arnaud Valois e Adèle Haenel, nos principais papéis, “120 batimentos por minuto” não pretende ser um filme didático.
“Não fiz o filme para dar uma aula para a geração mais nova. Eu fiz este filme de uma forma egoísta, porque queria entender o que se passou na época, e o cinema ajuda-nos a entender momentos particulares (…). O filme foi um grande sucesso em França. Não tentei agradar a toda a gente, tentei fazer um retrato honesto deste coletivo”, disse.
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