Num evento de tecnologia realizado na sexta-feira, Huang Yen-nun, destacou que melhorar a cibersegurança é uma das “tarefas prioritárias” do seu ministério.

Taiwan, devido à sua situação geopolítica, tornou-se o “local mais atacado do mundo”, lamentou o ministro, citado pela agência de notícias estatal taiwanesa CNA.

Também na sexta-feira, o vice-ministro dos Assuntos Digitais revelou que o Conselho de Segurança Nacional está a trabalhar na criação de um Centro Nacional de Resposta a Incidentes de Cibersegurança para “reforçar a resiliência digital de Taiwan”.

Num outro evento, Chiueh Her-ming reconheceu que os ataques dirigidos a Taiwan “tornaram-se mais complexos” desde 2022, coincidindo com a escalada das tensões com a China.

Pequim considera a ilha uma província sua, apesar de operar como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios.

Chiueh lembrou que o parlamento está a discutir uma reforma legislativa para conceder à Agência de Segurança Cibernética o poder de mobilizar pessoal de cibersegurança de diferentes ministérios “em casos de emergência”, informou a Rádio Taiwan Internacional.

Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Lin Chia-lung, acusou “países autoritários” como a China e a Rússia de empregarem táticas de “zona cinzenta” e coerção económica “para pressionar as nações democráticas, o que representa uma séria ameaça”.

Lin falava após a assinatura de um acordo com a Lituânia para criar uma cadeia de produção de ‘drones’, um dia depois da formalização de um memorando semelhante com a vizinha Letónia, também durante a visita de uma delegação de Taiwan.

Nos últimos anos, Taiwan tem denunciado um número crescente de ciberataques da China como parte de uma campanha de “guerra cognitiva” destinada a pressionar o Governo taiwanês, atualmente liderado por William Lai Ching-te.

O Ministério dos Assuntos Digitais de Taiwan detetou mais de 64 mil ciberataques contra agências governamentais em maio, o maior total mensal em quase um ano.

Em setembro, o Comando de Defesa Cibernética e Telecomunicações do Ministério da Defesa Nacional taiwanês disse num comunicado que a China “continua a perturbar Taiwan através de ataques aéreos, navais e cibernéticos, sendo o principal instigador que mina a paz regional”.

O comunicado surge após o Ministério da Segurança Pública da China ter acusado um grupo de piratas informáticos, alegadamente apoiado pelas forças armadas de Taiwan, de ter efetuado ciberataques contra alvos na China continental, Macau e Hong Kong, algo que Taipé negou.