Em Bruxelas, um grupo de portugueses que trabalham no setor das tecnologias de informação e comunicações (TIC), predominantemente no setor privado (mas o setor público também se faz representar), abrangendo empresas de telecomunicações, fabricantes de telemóveis, consultoras e associações de indústria, decidiu criar uma plataforma de debate sobre o setor, ao mesmo tempo que, pretende colocar o foco sobre o papel que Portugal, e os portugueses que ali trabalham, podem ter no digital.
Batizada como Connect PT, esta rede portuguesa, nascida em pleno coração da Europa, que se dedicará ao debate de ideias e troca de experiências e ao estreitamento e aprofundamento de colaboração e cooperação entre os portugueses residentes em Bruxelas, apresentou-se formalmente, numa conversa informal, a Carlos Moedas, comissário europeu para a investigação, ciência e inovação.
“Pretendemos capitalizar este valor de sermos portugueses, exemplo de excelência em matéria de comunicações e serviços digitais”, adiantou ao SAPO24 Marta Capelo, uma das impulsionadoras desta plataforma nacional recém-criada. “Este fórum procura tirar partido desta cultura e da presença de um número muito significativo de profissionais altamente qualificados neste setor em Bruxelas, promovendo a cooperação, troca de ideias e experiências”, reforçou.
Mas para além de ideias e da entreajuda, a Connect PT quer contribuir para “uma maior consciencialização sobre o papel de Portugal no âmbito das TIC’s e no quadro das políticas europeias”, ao mesmo tempo que assume a ambição de “valorizar o papel da sociedade portuguesa em Bruxelas”, sublinhou Nuno Oliveira, outro dos rostos por detrás da nova rede portuguesa que nasceu na “capital” da Europa.
Concorrentes que vão trabalhar para uma rede comum
“Apesar de representarmos empresas concorrentes”, para além dos laços de nacionalidade e de terem em comum o local (Bruxelas) e o âmbito de trabalho (setor digital), a rede agora criada servirá de “elo de ligação entre todos”, conclui este português residente na Bélgica há 18 meses.
A importância do trabalho em rede para a promoção e valorização do trabalho de Portugal na Europa foi, aliás, destacada pelo comissário português que se apressou a colocar a afirmação (e foto de família) na sua conta de Twitter.
Numa declaração de princípios, distribuída entre os presentes no encontro com Carlos Moedas, estavam igualmente traçados alguns dos objetivos que a nova rede portuguesa se propõe. Desde logo, “contribuir para debater e aprofundar o conhecimento sobre a economia e a cidadania digitais”, bem como “acompanhar os desenvolvimentos de mercado e as iniciativas públicas de relevo no plano nacional e europeu”, lê-se. Para dar seguimento, a Connect PT quer marcar a agenda. E, entre outras iniciativas, irá doravante promover “debates com personalidades de reconhecido mérito”, sejam elas, integradas nas instituições europeias, ou que se desloquem a Bruxelas, em representação de outros stakeholders (associações do consumidor, regulação, entre outros atores).
(*SAPO24 em Bruxelas)
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