Mark Zuckerberg, presidente e diretor-executivo da maior rede social do mundo, fez o anúncio na conferência anual de programadores do Facebook, em San José, na Califórnia.
A nova ferramenta não tem o objetivo de facilitar encontros casuais, mas antes ajudar a formar relações estáveis através da rede. "Será para construir relações autênticas e duradouras, não somente planos casuais", afirmou Zuckerberg.
O homem forte da rede social não explicou, todavia, se este serviço será pago. No entanto, o facto é que tipicamente os serviços da rede social são gratuitos para o utilizador, já que o seu modelo de negócio é assente sobretudo em publicidade.
Paralelamente, o Facebook informou que os utilizadores poderão criar separadamente um "perfil para encontros", distinto do perfil da sua página tradicional do Facebook, sendo que a própria rede social irá recomendar potenciais companheiros com base nesse perfil.
A ação de um dos principais sites de encontros nos Estados Unidos, o Match, caiu quase 20% em Wall Street pouco depois do anúncio do Facebook.
Para que a língua não seja uma barreira
Esta terça-feira, o Facebook deu ao Messenger, a sua aplicação de troca de mensagens, a capacidade de traduzir texto em tempo real, permitindo conversas entre pessoas que usam diferentes idiomas.
O Messenger tornou-se uma ferramenta para as empresas, que usam a plataforma para comunicar com clientes, e a possibilidade de conversar numa variedade de idiomas pode impulsionar a publicidade (e quem sabe facilitar as conversas entre enamorados de geografias diferentes).
"A capacidade de falar com qualquer pessoa sem nenhuma barreira de idioma é algo que realmente nos entusiasma", assumiu o CEO do Messenger, David Marcus, no começo da conferência de programadores.
O equilíbrio entre informação e privacidade
Entre as outras inovações anunciadas pela rede social, está a possibilidade de que os utilizadores apagarem o seu histórico de navegação. "Esta ferramenta permitirá ver os sites e as aplicações que nos enviam informação quando são utilizados, eliminar essa informação da sua conta, e limitar a nossa capacidade para armazená-la no futuro", explicou Facebook através de comunicado.
"Se apagarem o histórico, ou usarem uma nova configuração, eliminaremos as informações de identificação para que o histórico dos sites e das aplicações que usaram não sejam associados à sua conta", acrescentou. "Vamos continuar a fornecer aplicações e sites com análise agregada. Por exemplo: podemos criar relatórios quando recebermos essa informação para informar os programadores se as suas aplicações são mais populares entre homens, ou mulheres, de uma certa faixa etária", de acordo com a mesma publicação.
Essa nova função pretende responder às preocupações que surgiram na sequência do escândalo da Cambridge Analytica, a empresa de análise de dados que teve acesso à informação de milhões de utilizadores do Facebook e utilizou esses dados para influenciar eleitores.
"Que não volte a acontecer"
A conferência de San José, chamada "F8", reúne cerca de 5.000 programadores. Na sua apresentação, Zuckerberg insistiu que o objetivo de Facebook é "garantir a segurança dos utilizadores". "O que aconteceu com a Cambridge Analytica é uma grave violação da nossa confiança, este programador apropriou-se dos dados e vendeu-os, e temos que garantir que isso não voltará a acontecer", enfatizou.
"Como todos sabem, reduzimos a quantidade de dados que os programadores podem pedir às pessoas", disse, embora tenha admitido que "ainda faltam dar passos".
Segundo o CEO, o Facebook está a dedicar recursos significativos para identificar e neutralizar "más aplicações", e os utilizadores da rede social têm agora mais flexibilidade para ajustar a sua configuração de privacidade.
Entre outros anúncios deste encontro, está a função "Crise", que permitirá aos utilizadores da rede partilhar informação relevante sobre uma situação de crise, como o eventual bloqueio de estradas, o início de um incêndio ou de uma inundação.
Com o mesmo espírito, vai ser criada uma função "Doação de sangue", que permitirá aos voluntários encontrar um centro próximo em que possam fazer a sua doação.
Entre as novidades, há também algumas para o Instagram, que pertence ao Facebook, e que também vai oferecer funções de realidade aumentada para os vídeos. Além disso, os seus utilizadores também vão poder comunicar por vídeo.
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