O Facebook analisou milhares de aplicações até ao momento no âmbito de um inquérito interno anunciado pelo próprio Zuckerberg a 21 de março. Segundo o CEO da rede social, são visadas nesta investigação as apps que acederam a grande quantidade de dados até 2014, altura em que a rede social limitou esta prática.
Segundo Ime Archibong, vice-presidente das parcerias de produto, as apps suspensas serão agora alvo de uma análise profunda sobre a forma como usam os dados que recolheram.
"Ainda há muito trabalho a fazer para descobrir todas as apps que podem ter usado indevidamente os dados dos utilizadores do Facebook, e levará tempo", assumiu Archibong. "Temos vastas equipas internas e externas de especialistas a trabalhar para investigar estas apps o mais rápido possível", acrescentou.
A imagem do Facebook sofreu graves danos quando rebentou, em meados de março, o escândalo Cambridge Analytica, empresa que teve acesso, em 2014, a dados do Facebook e que usou essa informação para criar um programa informático destinado a influenciar as decisões dos membros da rede social.
A empresa terá colaborado com a equipa do atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na campanha para as eleições de 2016.
Estima-se que a Cambridge Analytica tenha acedido a dados pessoais de 87 milhões de utilizadores da rede Facebook sem consentimento.
Ferozmente criticado e acusado de negligência na proteção dos dados pessoais dos utilizadores da rede social, Mark Zuckerberg pediu várias vezes desculpa, nomeadamente no Congresso norte-americano, que lhe pediu também satisfações sobre a outra questão que desde o ano passado afeta o grupo, as ‘fake news’ (notícias falsas) e outros esquemas de manipulação política que pululam na plataforma com 2,2 mil milhões de utilizadores, mas Zuckerberg reiterou a intenção de continuar à frente do grupo.
A Cambridge Analytica fechou portas em maio deste ano, na sequência do escândalo, justificando o encerramento com falta de clientes e aumento de custos legais.
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